Dino Franco E Mouraí (Volume 3) (GGLP 030) - (1983) - Dino Franco e Mouraí

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Cheiro De Relva
Como é bonito estender-se no verão
As cortinas do sertão na varanda da manhã
Deixar entrar pedaços de madrugada
E sobre a colcha azulada dorme calma a lua irmã

Cheiro de relva trás do campo a brisa mansa
E nos faz sentir crianças a embalar milhões de ninhos
A relva esconde as florzinhas orvalhadas 
Quase sempre abandonadas nas encostas dos caminhos
A juriti madrugadeira da floresta 
Com seu canto abre a festa revoando toda a selva
O rio manso caudaloso se agita 
Parecendo achar bonita a terra cheia de relva

O sol vermelho se esquenta  e aparece
O vergel todo agradece pelos ninhos que abrigou
Botões de ouro se desprendem dos seus galhos
São as gotas de orvalho de uma noite que passou 

Cheiro de relva trás do campo a brisa mansa
E nos faz sentir crianças a embalar milhões de ninhos
A relva esconde as florzinhas orvalhadas 
Quase sempre abandonadas nas encostas dos caminhos
A juriti madrugadeira da floresta 
Com seu canto abre a festa revoando toda a selva
O rio manso caudaloso se agita 
Parecendo achar bonita a terra cheia de relva

Último A Saber
Pode entrar meu irmão a casa é toda sua
Não vou deixa-lo na rua nessa hora de aflição
Seu problema infelizmente é uma caso muito sério
Pois envolve o adultério a marca da traição

Você deve compreender que é sangue do meu sangue
E peço que não se zangue como que vou lhe contar
Há muito tempo eu ouço maldosos comentários
Que você foi um otário em com ela se casar

Enquanto você sofria em suas longas jornadas
Vivia cortando estrada guiando seu caminhão
Lutando muito por ela, sem nada deixar faltar
Alguém dentro do seu lar dormia no seu colchão

E desde o seu noivado até a sua lua de mel
Ela não lhe foi fiel, não mereceu seu nome
Porém cego de amor você não imaginava
No corpo que abraçava pertencia a outro nome

E por grande coincidência naquele mesmo instante
Você pegou em flagrante e pode compreender
Que é sempre o marido quando vem sendo traído
Bem diz o ditado antigo é o último a saber

Enquanto você sofria em suas longas jornadas
Vivia cortando estrada guiando seu caminhão
Lutando muito por ela, sem nada deixar faltar
Alguém dentro do seu lar dormia no seu colchão

Minha Noiva Amada
Certa fez me perguntaram porque sou um homem triste
Então respondi chorando meu mundo já não existe
Morreu minha noiva amada a quem tanto amei na vida
Meus sonhos também morreram que sorte desfalecida

Levando esta cruz pesada andei pelo mundo a esmo
Buscando em outros braços um consolo pra mim mesmo
Muita gente ouviu meu grito e sentiu meu desespero
Não há dor maior pra gente que a perda do amor primeiro

Quando chega a primavera eu choro mais comovido
Pois foi na estação das flores que vi meu altar caído
Esse golpe do destino me deixou desventurado
Se Deus quis que assim fosse sofrerei resignado

Já faz tempo, muito tempo que se deu isso comigo
Procuro esquecer de tudo francamente não consigo
Adeus minha noiva amada, minha crença, minha sorte
Você foi a minha vida, também foi a minha morte

Pedaço De Poema
Pedaço de Poema eu pretendia escrever uma canção
Falando em coisas que jamais alguém falou
Deixar de lado as coisas do coração
E que por ti meu pranto já rolou

Fiz um pedaço de poema tão bonito
Que até a própria natureza me invejou
Mas quando fui concluir o meu trabalho
Infelizmente meu talento fraquejou

Sinceramente, compreendi, minha querida
Que tu és minha vida minha glória, minha fé
E que sem ti sou um poeta sem valor
Porque sem o teu amor nem verso o meu verso é

Alguma coisa atormentou o meu pensamento
E eu não pude terminar minha canção
Fui obrigado a recordar certos momentos
Cheguei até chorar de emoção

E o pedaço de poema tão bonito
Em pedacinhos rasguei joguei ao chão
Porque meus versos jamais seriam completo
Sem sua imagem que é minha inspiração

Sinceramente, compreendi, minha querida
Que tu és minha vida minha glória, minha fé
E que sem ti sou um poeta sem valor
Porque sem o teu amor nem verso o meu verso é

Ternura
Eu sou tão pequenininho pra querer-te toda vida
Não tenho nem o direito de chamar-te de querida
Tu és a maior ternura, a maior loucura, a maior paixão
Nosso amor é grande demais que não cabe em eu coração

Se queres saber meu nome eu me chamo sofrimento
Por querer-te tanto, tanto este amor é um tormento
Tu és a maior ternura, a maior loucura, a maior paixão
Nosso amor é grande demais que não cabe em eu coração

Canto Da Madrugada
Eu gosto de ver a lua de madrugada
Cantando com toda alma meu rasqueado
Derramam-se melodias do infinito
Mensagens que Deus me manda de um céu dourado

Converso comigo mesmo cantando a esmo sob o luar
Me fujo-me de um passado que entristece-me por tanto amar
A lua é testemunha de triste queixa que vou contar
Alguém que me abandonou pediu que eu cante pra não chorar

A Volta Do Caboclo
Meu bem eu tenho muita saudade da nossa vida do interior
Você não tinha luxo e vaidade, fazia tudo com mais amor
Tirava leite, fazia queijo, socava arroz e fazia pão
Ia buscar água na biquinha, lavava roupa no Ribeirão

Você dormia em colchão de palha, passava pano com ferro a brasa
Estava sempre de bom humor, fazia tudo dentro de casa
E só saia junto comigo pra fazer compras ou ir à igreja
Se divertia com o radio a pilha, ouvindo musica sertaneja

Mesmo morando em casa pobre você vivia sem reclamar
Me abraçava, me adorava e não enjoava de me beijar
Mas foi pensando em lhe dar conforto que resolvi mudar pra cidade
Vendi o sitio, fiz o seu gosto e foi a nossa infelicidade

Hoje aqui você tem de tudo, casa de luxo e enceradeira
TV a cores, fogão à gás, bastante fruta na geladeira
Supermercado a cinquenta metros, recebe em casa o leite e o pão
Você nem quer mais dormir comigo amanhece vendo televisão

Você agora tem nova vida se transformou em mulher moderna
Não se acanha sair de shorts, se rebolando e mostrando as pernas
Já não me beija, nem me abraça e menor conta de mim não faz
Não me acostumo com essas coisas eu vou voltar pra Minas Gerais

Flor Brasileira
Conheço a sensível mulher brasileira de tranças compridas
Trazendo o consigo o sublime perfume que nasce da flor
Em voz tão suave com toda meiguice nos conta poesia
E tua beleza com tanta pureza nos traz o desejo de amor

És filha de um povo que por muito feitos e tanto heroísmo
Demonstra coragem tal qual a bravura do índio tupi
Por isso em teu nome é que se difunde a raça que vive
E na expressão da minha canção eu gosto de ti

Cristais luminosos adornam teu leito de faine rendado
E deitas tranquila sem pensar talvez em quem mais te quer
A luz dos teus olhos refletem na alma de um homem que sonha
Não posso esquecer-te me deixa querer-te oh, linda mulher

A tua meiguice jamais se compara com outras belezas
Só em ti eu vejo as mãos acenaram de modo gentil
Por tudo que tens vou dar-te o slogan de flor brasileira
Oh, mulher amada e filha idolatrada do nosso Brasil

Evolução
Meu senhor onipotente olhai para essa gente que esta sofrendo demais
Pelo jeito que estou vendo nossa paz está morrendo, chegando seus dias finais
Meu querido Pai terno neste ambiente moderno é só tristeza que traz
Ambição, ódio e maldade que destrói a humanidade são obras do satanás

Não existe mais sossego é só fome e desemprego em um ritmo veloz
Se ouve no mundo inteiro o grito de desespero o clamor de uma voz
Nós estamos condenados pagando pelos pecados do ganancioso atroz
Enquanto existir vaidade o bom Deus da eternidade não vai sorrir para nós

Não resisto minha mágoas muita seca, pouca água tudo fora do normal
Vejo o pai desesperado com o seu filho viciado pelo caminho do mal
Vejo intrigas, vejo guerra, vejo tremores de terra neste chão universal
O que vem acontecendo já me fez ficar prevendo nosso juízo final

Os grandes homens do invento mudaram de pensamento são contra nossa harmonia
Esqueceram que num prédio falta comida e remédio, falta conforto e alegria
A derradeira conquista foi a coisa mais sinistra no campo da engenharia
Com a bomba nuclear só falta mandar pro ar o que foi feito em sete dias

Minhas Noites
Você destruiu um dia toda alegria do meu viver
Tirou-me sem piedade toda felicidade do seu querer
O meu coração coitado está sofrendo sem merecer
Vivendo assim desse jeito sinceramente é melhor morrer

A noite chega e me pergunta
Por que razão eu fiquei assim
Então respondo foi o desprezo
De quem nunca esperou por mim

Eu E Você
Juramos querermos pra sempre, juramos casar um dia
Porém o cruel destino roubou toda nossa alegria
Minha alma pervaga sofrendo e nada, nada me satisfaz
Meu bem como sou infeliz, por favor dá-me um pouco de paz

Por que, por que, eu pedi seu amor
Você, você porem não me perdeu
Sofrer, sofrer não mais resistirei
Não existe ninguém infeliz como eu

As Tribos
Descendo mani tussuiani su fui rever as selvas do parque Xingu
Fui ver bem segura a igarussu cadero de jala corumi assu
Vi o caiapós, os curi curis, vi os sarumã, vi os trumais

Músicas do álbum Dino Franco E Mouraí (Volume 3) (GGLP 030) - (1983)

Nome Compositor Ritmo
Cheiro De Relva Dino Franco / José Fortuna Toada
Último A Saber Vicente P. Machado / Morandí Rasqueado
Minha Noiva Amada Dino Franco Rancheira
Pedaço De Poema Flávio Mattes / Milongueiro Polca
Ternura Dino Franco / Júlio Guidini Guarânia
Canto Da Madrugada Dino Franco / Zanini Rasqueado
A Volta Do Caboclo Dino Franco / Nhô Chico Moda De Viola
Flor Brasileira Vicente P. Machado / Dino Franco Guarânia
Evolução Dino Franco / Valdemar Da Silva Cururu
Minhas Noites Dino Franco / Antonio De Lima Rasqueado
Eu E Você Dino Franco / Aparecida Mello Rancheira
As Tribos Dino Franco / Oswaldo De Andrade
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