Nosso Rancho (DISCOLAR CSLP 6028) - (1962) - Liu e Léu
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Eu Vou Também
Amanhã eu vou me embora eu vou também
Vou morar lá na cidade eu vou também
Você fica eu vou só eu vou também
Aqui não posso ficar eu vou também
Eu vou, eu vou, eu vou também
Do lado que você vai eu vou também
Vou sair de madrugada eu vou também
Mas não posso te levar eu vou também
Pois eu quero viver só eu vou também
Pra te levar eu não posso eu vou também
Eu vou, eu vou, eu vou também
Do lado que você vai eu vou também
Eu vou só você não vai eu vou também
Se você for eu não vou eu vou também
Acho bom você ficar eu vou também
Comigo você não vai eu vou também
Eu vou, eu vou, eu vou também
Do lado que você vai eu vou também
Eu vou pra longe daqui eu vou também
Vou dançar um cateretê eu vou também
Sete léguas da cidade eu vou também
Você vai se arrepender eu vou também
Eu vou, eu vou, eu vou também
Do lado que você vai eu vou também
Triste Cabana
Cabana da beira da estrada tu é de noite e de dia
A mais fiel namorada do sol e das chuvas frias
Do sereno da madrugada dos astros e as estrela que brilham
E das noites enluarada que enche o sertão de alegria
Cabana triste cabana muito velha e abatida
Ao te ver neste abandono sinto minha alma ferida
No correr da minha vida deste abrigo ao meu sono
Por isso cabana querida ainda sou o teu dono
Cabana minha companheira agora chegamos ao fim
Vivemos junto a vida inteira e a partida suou para mim
Tenho os olhos rasos d´agua por deixar-te nesta solidão
Mas levo pra onde for teu vulto na imaginação
Ladrão De Gado
Quando João Major morreu no chifre de um cuiabano
A viúva dona Inácia ajoelhou no chão chorando
Nessa lida tão infame tenho um filho inclinando
Mas nem Deus que é poderoso há de cortar o meu plano
O dinheiro compra tudo ele há de ter estudo
Pra ser seu doutor fulano
Pra não contrariar sua mãe com bem dor de coração
O rapaz tirou a espora e pendurou lá no galpão
Meu filho na sociedade terá boa educação
Não te faltará dinheiro pra cumprir tua missão
Seja tarde ou seja cedo terá um anel no dedo
Em vez de um laço na mão
Depois que o moço foi embora seis anos tinha passado
Os fazendeiros vizinhos viviam tudo alarmado
Um bando de desordeiro vinha ali pra roubar gado
Atravessavam o rio pra vender no outro estado
Igual a palma da mão esse bando de ladrão
Conheciam aqueles lados
Com mais de cem peões armados a polÃcia reuniu
E fizeram uma tocaia na outra banda do rio
O cerco foi tão bem feito nenhum bandido fugiu
Dona Inácia com a notÃcia de satisfação sorriu
Tomara que o delegado surre de laço dobrado
Esse bando de vadio
Nisso bate a sua porta todo afobado um peão
O doutor disse pra senhora ir prestar declaração
A viúva nem por sonho desconfiou da situação
Mas chegando na cadeia deu um grito de aflição
É que seu filho adorado lá estava encarcerado
Da quadrilha era o chefão
Dava pena agente vê aquele tão triste quadro
A viúva entre as grades abraçando o filho amado
Aconteça o que acontecer estarei sempre a seu lado
Tanto dinheiro eu gastei pra te fazer um homem honrado
Meu orgulho Deus quebrou em vez de um filho doutor
Formei um ladrão de gado
A Caneta E A Enxada
Certa vez uma caneta foi passear lá no sertão
Encontrou-se com uma enxada fazendo uma plantação
A enxada muito humilde foi lhe fazer saudação
Mas a caneta soberba não quis pegar na sua mão
E ainda por desafora lhe passou uma repreensão
Disse a caneta pra enxada não vem perto de mim não
Você ta suja de terra de terra suja do chão
Sabe com quem ta falando veja sua posição
E não esqueça a distância da nossa separação
Eu sou a caneta dourada que escrevo nos tabelião
Eu escrevo pros governo a lei da constituição
Escrevo em papel de linho pros ricaço e pros barão
Só ando nas mãos dos mestre dos homem de posição
A enxada respondeu de fato eu vivo no chão
Pra pode dar o que comer e vestir ao seu patrão
Eu vim no mundo primeiro quase no tempo de Adão
Se não fosse meu sustento ninguém tinha instrução
Vai-te caneta orgulhosa vergonha da geração
A tua alta nobreza não passa de pretensão
Você diz que escreve tudo tem uma coisa que não
É a palavra bonita que se chama educação
Adeus Minha TerraÂ
Ta fazendo hoje mais um ano que eu despedi dos meus pais
Deixei a casinha branca e a querência dos meus ais
Na viagem eu vinha cantando mas o meu coração eu deixava pra traz
Foi na hora da minha partida minha pobre mãe eu abracei
Em soluço eu pedi sua benção em seu rosto molhado eu beijei
Adeus minha mãe eu vou-me embora vou deixar minha casa e não mais voltarei
Pros amigos que me escrevem cartas vou pedir isto e nada mais
Não pergunte por uma pessoa porque muito desgosto me traz
Só por ela eu deixei pai e mãe por estar ausente eles choram demais
Hoje eu levo a vida cantando quem lastima vantagem não faz
Conhecendo este Brasil colosso interiores e as capitais
A viola é minha defesa ganho a vida fácil e ainda me distrai
Adeus terra que eu me criei adeus serra e adeus coqueirais
Adeus povo da velha Congonha adeus tempo que não volta mais
Hoje longe eu sofro calado porque fiz juramento de não voltar mais
Tarde Demais
Te perdoei mais uma vez tu não soubestes aproveitar
Ao meu amor não deu valor agora implora pra voltar
Arrependida se entrega a bebida para esquecer
A sua fama de mulher perdida é o triste fracasso de tua vida
Agora é tarde é muito tarde para outra vez perdoar
Do lar que foste rainha nunca mais pode voltar
Nosso Ranchinho (Meu Ranchinho)
Quando a lua surge a trás da mata
Vem iluminando ramos vegetais
Vejo meu rancho tão abandonado
Cheio de folhas que do ramo cai
A brisa passa trazendo a saudade
Do meu amor que muito longe vai
Olho pra lua triste soluçando
Vejo as estrelas no céu a brilhar
Até parece que eu to enxergando
Aquela ingrata que me faz penar
Triste lamento no braço do pinho
E os seus carinhos eu vivo a recordar
Em alta noite um silêncio profundo
Triste sozinho eu ponho-me a cantar
Meu pinho chora triste no meu braço
Vai disfarçando este meu penar
Aquela ingrata me deixou sofrendo
E agora eu canto só pra não chorar
Porem se um dia neste meu ranchinho
Por um desvairo a morte vim buscar
Eu vou deixar uma triste lembrança
Pra toda gente que aqui chegar
É o meu violão que vai ficar de luto
Em serenata não vai mais tocar
Peão Do Rio Grande
Minha terra é o Rio Grande sou gaúcho lá de fora
Pois só uso bombachas e na bota um par de esporas
Chapéu grande na cabeça lenço cor que não descora
E assim vou levando a vida muito alegre divertidaÂ
Com fé em Nossa Senhora
Levanto de madrugada saiu pela estrada a fora
Vou tocando a boiada pra dormir não tenho hora
Se eu vejo uma morena já vou ver onde ela mora
E assim vou levando a vida muito alegre divertidaÂ
Com fé em Nossa Senhora
O meu cavalo é tordilho pra chinchar boi ele escora
Meu arreio pantaneiro feito no uso de agora
Meus dois cachorros são mestres quando uma boiada estoura
E assim vou levando a vida muito alegre divertidaÂ
Com fé em Nossa Senhora
Quando eu chego nos fandangos as meninas por mim chora
Uma já briga com a outra só pra ver quem me namora
Sapateio a noite inteira e depois eu vou me embora
E assim vou levando a vida muito alegre divertidaÂ
Com fé em Nossa Senhora
Falso Juramento
Não fui feliz em minha mocidade vê meu amor a quem me traiu
Manchou meu nome com a falsidade sem piedade com outro fugiu
Não deu valor em minha amizade só fez promessa depois não cumpriu
Veja a aliança que tu traz no dedo que recebeste em frente ao altar
Quando a Deus fizeste o juramento de ser só minha junto em nosso lar
Mas tudo aquilo foi um fingimento teu pensamento era me abandonar
Quando a ruga chegar em teu rosto quando acabar toda ilusão
Vai se lembrar deste que te amava que abandonaste sem ter compaixão
Minha vingança é te ver vagando triste chorando implorando perdão
Todas que vivem cheias de vaidade felicidade nunca pode ter
Os anos passa deixando a saudade da falsidade vai se arrepender
Não me procure siga seu caminho porque sozinho também sei viver
Sabe DeusÂ
Sabe Deus onde estarão aqueles olhos que tanto adorei
Sabe Deus quem beijará aqueles lábios que tanto beijei
Sabe Deus se ela ainda lembrarás o nosso amor
Sabe Deus igual eu sofro ela sofre o mesmo amor
O consolo que me resta é viver pensando assim
Que ela chora de saudade com o pensamento em mim
Sabe Deus se ela vive entre sorrisos nos braços de alguém
Sabe Deus se ela sofre igual eu sofro sem querer ninguém
Sabe Deus se outro amor dominou seu pensamento
Ou se vive como eu vivo nesse amargo sofrimento
O consolo que me resta é viver pensando assim
Que ela chora de saudade com o pensamento em mim
Esqueça-me
Um velho amigo me contou onde tu vive
Se lamentando difamava o meu nome
Tenta me culpar do fracasso em que se encontra
E do desprezo que recebe de outro homem
Não sou culpado se tem dom de mariposa
E te fascina o esplendor dos cabarés
Por isso segue em silêncio aventureira
Sem comentar que um dia foi minha mulher
Peço que esqueça o que fui em tua vida
Nosso passado sepultei no esquecimento
Quando me lembro dos carinhos de meus filhos
Venci o ódio e dominei meu sofrimento
Dias de angustias suportei quanto partistes
Ao ver meu lar ser cruelmente destruÃdo
Sem compreender porque quiseste esta vida
Se a consciência diz que fui um bom marido
Falsa FelicidadeÂ
Nos braços de quem não ama chorando você reclamaÂ
Que a mágoa aos poucos há consome
E ele por amar-te tanto não sabe que o seu prantoÂ
É por amar a outro homem
Não sabe que é fingido os carinhos recebidos seu beijo é falsidadeÂ
Pergunta se és feliz mentindo você lhe diz que chora de felicidade
Esse alguém que tem ao lado não sabe que o seu agrado
É em troca de um bom viverÂ
Pro seu nome não manchar e perante Deus não pecar
Você suporta triste sofrer
Como esposa apaixonada seja amável e dedicada para ele que a tanto adora
E procure se conter para ele não perceber que é por outro que você chora
Â
Quanto a mim não se importe com a minha dor
Eu levarei para onde for a mágoa infinda me torturar
Mas se um dia se encontrarmos na mesma estrada
Eu peço então minha doce amada que não me negues o seu olhar
Músicas do álbum Nosso Rancho (DISCOLAR CSLP 6028) - (1962)
Nome | Compositor | Ritmo |
---|---|---|
Eu Vou Também | Francisco Lacerda / Zé Torero | Cururú |
Triste Cabana | Geraldo Meireles / Zé Claudino | Toada |
Ladrão De Gado | Teddy Vieira / Nelson Gomes | Moda De Viola |
A Caneta E A Enxada | Teddy Vieira / Capitão BalduÃno | Toada |
Adeus Minha Terra | Liu / Léu | Moda De Viola |
Tarde Demais | Zé Claudino / Léu | Valsa |
Meu Ranchinho | Pirassununga / Sebastião Victor | Toada |
Peão Do Rio Grande | Teddy Vieira / Liu | Xote |
Falso Juramento | Paiozinho / Léu | Guarânia |
Sabe Deus | Sebastião Victor / José Vitor | Guarânia |
Esqueça-Me | Liu / Zé Claudino | Guarânia |
Falsa Felicidade | Tuta / Léu | Guarânia |