Pardinho E Pardal (1981) (Volume 5) (RODEIO 75060) - (1981) - Pardinho e Pardal
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Escondendo Minha MágoaÂ
Andei distante escondendo minha mágoa
Tive os olhos rasos d'água todas vezes que sofri
Porém de volta aqui estou mulher fingida
Vim falar de nossa vida e você tem que me ouvir
De sua casa um dia fui mandado embora
Saà pelo mundo afora e você ficou sorrindo
E ouça bem de sua vida nada quero
Vim pra ponderar seu erros por Deus não estou mentindo
Você não teve o menor gesto de nobreza
Apesar da incerteza dediquei-me ao seu amor
Não me convide a entrar na sua sala
Pois tudo que você fala para mim não tem valor
Muito obrigado pelo grande menosprezo
Ao julgar-me indefeso tive uma nova visão
Vi-me obrigado a lhe dizer tudo isso
Para que você não morra sem obter meu perdão
Não quero ver e nem ouvir a sua história
Seu passado, sua glória para mim não valem nada
Nunca se esqueça que seu velho companheiro
Não se vende por dinheiro nem teme luta cerrada
De sua mesa nunca vou pedir um prato
Sou Ãndio filho do mato caboclo do sangue forte
Eu lhe aconselho que aprenda a ser mais gente
Nunca mais fale o meu nome e que Deus lhe de mais sorte
Último Adeus
Vem a aurora raiando distante
Vou-me embora daqui soluçandoÂ
Seu amor para outro pertence
Não convém mais ficar esperando
Se seus lábios ingratos pudessem
Despedindo se unirem aos meusÂ
Nesta valsa sentida que eu canto
Ouviria baixinho meu último adeus
Adeus, talvez não te vejo mais
Se ouvir dentro da noite meus aisÂ
Não procure saber por que choro
E depois se souber que eu morri
Não lastime que a morte é um alÃvio
E a vida é tão triste ausente de ti
Vi de branco com outro ao seu lado
Quando a escada da igreja descia
Era a noiva mais linda da tarde
E eu era quem mais padecia
O seu véu e a grinalda de floresÂ
Aumentavam os encantos teus
Vendo o povo te dar parabéns
Compreendi que era aquele o meu último adeus
Adeus, talvez não te vejo mais
Se ouvir dentro da noite meus aisÂ
Não procure saber por que choro
E depois se souber que eu morri
Não lastime que a morte é um alÃvio
E a vida é tão triste ausente de ti
Pedaço Da Minha Vida
Eu nasci numa data feliz sem meu pai foi que eu me criei
Quinze anos de idade eu já tinha quando o grupo escolar eu deixei
Trabalhando na lida pesada minha mãe viúva sustentei
Enfrentando as misérias da vida fui lutando e nunca reclamei
O destino é traçado por Deus na luta da vida nunca fracassei
Me ausentei foi numa comitiva fui ganhando só trinta por mês
Nós viajamos lá pra Mato Grosso na fazenda do seu Martinês
Meu patrão lá comprou uma boiada setecentos zebu jaguanês
Na contagem o mestiço fumaça escapou foi no meio de três
Eu joguei meu laço de rodilha lacei os dois chifres as orelhas salvei
Fazendeiro ficou admirado quero ver faça isso outra vez
E mandou soltar o boi pantaneiro nessa hora meu laço aprontei
Quando o bicho pulou na mangueira atrás dele também eu pulei
Pra mostrar que eu sou guapo na lida foi de pealo que o boi eu lacei
Pantaneiro rolou na poeira segurei as guampas e o laço eu tirei
Esta minha natureza não tem frio e nem calor
No mato sou ventania e no jardim sou beija-flor
No campo sou cobra verde, na viola cantador
Dentro d’água sou um dourado e no laço sou laçador
Velhas Cartas
Antigas cartas guardada, que o tempo amarelou
É lembrança do passado que no meu peito ficou
Cada frase é uma saudade do tempo do nosso amor
Hoje é um risco de tinta relendo o meu pensamento
Cada letra é um suspiro que ficou no esquecimento
Resto de amor e saudade no livro do sofrimento
O mensageiro canário fechou os olhos e morreu
Até a florzinha da carta o seu perfume perdeu
Só ficou a falsidade das juras que escreveu
Do nosso amor só me resta a esperança perdida
Não vejo mais teu sorriso que alegrava minha vida
Só leio as palavras tristes das velhas cartas esquecidas
Disco Voador
Tomara que seja verdade que exista mesmo disco voador
Que seja um povo inteligente pra trazer pra gente a paz e o amor
Se for pra o bem da humanidade que felicidade esta intervenção
Aqui na Terra só se pensa em guerra matar o vizinho é nossa intenção
Se Deus que é todo-poderoso fez esse colosso suspenso no ar
Porque não pode ter criado o mundo apartado da terra e do mar
Tem gente que não acredita acha que é fita os mistérios profundos
Quem tem um filho pode ter mais filhos o Senhor também pode ter outros mundos
Os homens do nosso planeta dão a impressão que já não tem mais crença
Invés de fabricar remédio pra curar o tédio e outras doenças
Inventam armas de hidrogênio usam o seu gênio fabricando bombas
Mas não se esqueçam que por mais que cresçam que perante Deus qualquer gigante tomba
O nosso mundo é um espelho que reflete sempre a realidade
Quem forma vinha colhe uva e quem planta chuva colhe tempestade
No tempo que Jesus vivia ele disse um dia e não foi a esmo
Que nesse mundo que a maldade infesta tudo que não presta morre por si mesmo
No Rancho Onde Eu Moro
No recanto onde eu moro eu não posso mais viver
Se for indo desse jeito eu não sei como já de ser
Quando é de tardezinha o sol já vai se esconder
O que mais me aborrece é ver a mata escurecer
Eu me lembro do passado e não tenho mais prazer
Resolvi fazer viagem bem antes do amanhecer
Arriei o meu cavalo chamado Caxinguelê
Na garupa eu levo o pala se caso dentro chover
O meu lenço no pescoço pra quando ventar tremer
Solto uma ponta pra trás pra meu bem me conhecer
Encontrei o meu benzinho reclamando do que vê
Ela me pediu chorando eu quero ir com você
Meu schmit na cintura pra nada me acontecer
Solto meu macho na estrada no sistema partiresÂ
Vamos embora pro sertão de nós ninguém vai saber
Paineira Velha
Eu encontrei a paineira velha abandonada no meu sertão
Foi derrubada há muito tempo pra tirar dela um caixão
E o meu ranchinho já corroÃdo de cipó seco se enlutou
Foi testemunha da esperança e a paineira é a lembrança
De um amor que há tempo findou
Ainda lembro paineira velha você vivia tão florida
Não esperava que a encontrasse você cortada já sem vida
Mas o rancheiro que aqui morava um certo dia lhe jurou
Que ele morria e não a deixava porque o caixão de você tirava
E foi verdade ele tirou
A sua sombra paineira velha Já foi pousada de boiadeiro
De vossos galhos tenho a cruzinha que está fincada no terreiro
E suas folhas também secaram pra muito longe o vento levou
Mas apesar de estar derrubada a sua casca despedaçada
Aquele adeus ainda ficou
O meu destino paineira velha é justamente igual ao seu
Sofremos juntos muitas saudades fiquei no mundo e você morreu
E Essa história muito tristonha paineira velha é nossa dor
O nosso drama foi revelado choro contando o seu passado
Até o dia que eu também for
Oceano Da Vida
Vejo no espelho o meu rosto envelhecendo
Qual oceano após a sanha de um tufão
A espuma branca são meus cabelos grisalhos
Minha calvÃcie é a praia da ilusão
As minhas rugas são as ondas traiçoeiras
Que se avolumam com os fortes vendavais
Meus olhos fundos são dois barcos naufragados
Que sobre as ondas não emergem nunca mais
Meus lábios frios já quase mortos
Tem sido o porto anos atrás
Onde atracavam lábios ardentes
Hoje só resta a solidão no cais
Velhos amores para bem longe voaram
Como gaivotas que se perdem sobre o marÂ
A mocidade ficou longe como as rochas
Onde só as ondas da saudade vão beijarÂ
Vagando eu vou como um navio que perde o rumo
Não acho cais onde eu consiga me ancorarÂ
É tão pesada a bagagem dos meus anos
Que está fazendo minha vida naufragar
Meus lábios frios já quase mortos
Tem sido o porto anos atrás
Onde atracavam lábios ardentes
Hoje só resta a solidão no cais
Peão Catireiro
Sou brasileiro sou caboclo forte sou catireiro sou compositor
Faço viagem tenho muita sorte principalmente no caso de amor
Sou boiadeiro patrão de transporte e de sul ao norte sou conhecedor
Sou boiadeiro patrão de transporte e de sul ao norte sou conhecedor
Os fandangueiros são muito jeitosos, os boiadeiros homens destemidos
Sou desta fibra nunca fui medroso pra fazer modas tenho bom sentido
Na minha viola sou habilidoso pra boi perigoso eu sou resolvido
Na minha viola sou habilidoso pra boi perigoso eu sou resolvido
E quando eu vejo o sol vai descambando já faço pouso na beira da estrada
A noite eu vejo o cruzeiro brilhando abençoando esta terra adorada
Os meu relógio pássaros cantando alegres anunciando a luz da madrugada
Os meu relógio pássaros cantando alegres anunciando a luz da madrugada
Salto da cama arreio o alazão e vou buscar meu gado na invernada
Vou derrubando o orvalho pelo chão pisando firme com minha boiada
O meu destino é ser peão capeeiro vivo feliz com minha profissão
Tenho amor, não me falta dinheiro aonde eu vou deixo recordação
A minha viola é uma defesa que mata a tristeza e prende o coração
A minha viola é uma defesa que mata a tristeza e prende o coração
Marcaremos Casamento
Sempre quando amanhece eu me lembro de você
E então quando anoitece sinto em mim nem sei o que
Uma voz que me aconselha que parece me dizer
Põe o arreio no alazão e vai ver seu bem-querer
Põe o arreio no alazão e vai ver seu bem-querer
Marcaremos casamento o destino quer assim
Eu nasci para você e você nasceu pra mim
E se olho para o céu procurando distrair
Vejo longe nas estrelas o seu rosto a sorrir
Rezo sempre quando deito pouco antes de dormir
Peço à Deus que nos ajude e não canso de pedri
Peço à Deus que nos ajude e não canso de pedri
Marcaremos casamento o destino quer assim
Eu nasci para você e você nasceu pra mim
Meu Sofrimento
Um amor firme que eu tinha veja o que ela me aprontou
Foi-se embora pra bem longe nem pra mim participou
Mandar carta eu não mando nem atrás também não vou
Eu não quero que ela diga que eu vou ser bajulador
Você disse que me amava você nunca teve amor
Sei que a dor de uma saudade no meu peito se cravou
Hoje eu vivo desprezado por eu ser um cantador
Mas você fique sabendo que eu não perdi meu valor
Você pode correr mundo pode andar por onde for
Tal e qual um passarinho que vive beijando a flor
Eu bem sei que você quer me fazer um sofredor
Mas o tempo há de dar tempo para ver a vossa dor
A minha linda araponga lá na mata ela cantou
Um cantar apaixonado que meu coração chorou
Oh minha linda araponga eu te peço por favor
Retirai o sofrimento desse triste cantador
Decisão Cruel
Quero ver-te novamente amor querido nos braços meus
E morrer crucificado na cruz ardente dos braços teus
Cortar um botão de rosa que a natureza transforma em flor
Foi assim tua partida na primavera do nosso amor
Tua decisão não compreendiÂ
Essa ingratidão eu não mereciÂ
Digas meu amor o que foi que eu fizÂ
Para te querer e não ser feliz
Eu pedi à Padroeira na hora triste do nosso adeusÂ
Merecer de novo a graça de ver meus olhos nos olhos teusÂ
Passa mês e passa ano e a minha vida levo a chorarÂ
Pois só tive desengano pela aventura de te amar
Tua decisão não compreendiÂ
Essa ingratidão eu não mereciÂ
Diga meu amor o que foi que eu fizÂ
Para te querer e não ser feliz
Músicas do álbum Pardinho E Pardal (1981) (Volume 5) (RODEIO 75060) - (1981)
Nome | Compositor | Ritmo |
---|---|---|
Escondendo Minha Mágoa | Dino Franco | Rojão |
Último Adeus | Sulino / José Fortuna | Valsa |
Um Pedaço Da Minha Vida | Raul Torres | Cateretê |
Velhas Cartas | Tonico / Tinoco / Zé Palhoça | Valsa |
Disco Voador | Palmeira | Rasqueado |
No Recanto Onde Eu Moro | Raul Torres / Júlio Lopes | Rancheira |
Paineira Velha | Dino Franco / Juquinha | Valsa |
Oceano Da Vida | Zé Fortuna / Zé Carreiro | Tango |
Peão Catireiro | Teddy Vieira | Rasqueado |
Marcaremos Casamento | Arlindo Pinto / Anacleto Rosas Jr. | Rancheira |
Meu Sofrimento | Raul Torres | Cateretê |
Decisão Cruel | Palmeira | Rasqueado |