Alma Vazia (TROPICANA 01149) - (1971) - Pedro Bento e Zé Da Estrada
Alma Vazia
Mais uma noite escura e fria
Que a saudade e a solidão
Fazem meus olhos chorar de dor
A minha alma triste e vazia
Suspira e chora na triste ausência do seu amor
Vai saudade dizer a ela que só penso nela
E passo as noites triste a chorar
Diz também quanto padeço
Que não esqueço o seu sorriso e seu olhar
Ânsia De Amor
Meu anjo como te adoro, te amo apaixonadamente
Somente o meu peito sabe a dor que meu coração sente
Vivendo assim distante de ti oh, minha flor
Morrendo de saudade na ânsia do amor
Passo horas meditando alguma recordação
Nos momentos que passei apertando suas mãos
Olhando seu retrato parece dizer
É sonho pe mentira não vejo você
Você disse que me ama, pois eu amo mais ainda
Não suportando a saudade em ver sua imagem linda
Olhando teu semblante contemplo o luar
Vem a mim querida lhe quero beijar
Farrapo De Gente
Adeus amigos das madrugadas perdidas
Minha esperança para sempre eu já perdi
Adeus mulheres perdição da minha vida
E vou embora e nunca mais eu volto aqui
Meu violão quero deixar de presente
Ao infeliz que ocupar o meu lugar
Que como eu vinha fazer a essa gente
Viver sorrindo com vontade de chorar
Há muito tempo lá no centro da cidade
Deixei meu lar num imenso mar de dor
Deixei aquela que me amava de verdade
Para sentir a tentação de um novo amor
E a minha esposa lamentando a negra sorte
Voltou de novo para a casa de seus pais
E hoje ela mil vezes prefere a morte
E ao meu lado não pretende voltar mais
Às vezes penso desertar da própria vida
Lembrando o homem que eu fui antigamente
Os maus amigos, as mulheres e a bebida
Me reduziram a este farrapo de gente
Sinto a tristeza afugentar a minha calma
Porque perdi tanto dinheiro e tanto fama
E por castigo o que mais me dói na alma
É recordar que naufraguei meu lar na lama
E a minha esposa lamentando a negra sorte
Voltou de novo para a casa de seus pais
E hoje ela mil vezes prefere a morte
E ao meu lado não pretende voltar mais
Caminhos Da Vida
Não vale nada a vida, a vida não vale nada
Começa sempre chorando e assim chorando se acaba
Por isso é que neste mundo a vida não vale nada
A vida é um triste caminho cheio de curva e subida
Aonde não encontramos nenhuma sombra perdida
Pra descansar um pouquinho o grande peso da vida
Caminho de minha vida não passe por minha terra
Porque naquele lugar não há ninguém que me espera
A casa de minha infância hoje é uma triste tapera
Não há mais flor no terreiro não há mais ave no ninho
Quem tanto eu amei um dia já mora em outro caminho
O peso da minha vida preciso levar sozinho
Caminheiro
De bem de longe venho vindo procurando meu amor
Trago comigo a saudade dos seus beijos o calor
Eu vou seguindo seus passos sem perder a esperança
Encontrar com alguém que vive em minha lembrança
Numa cidade encontrei a mulher que eu procurava
Não sabia que o destino pra sempre nos separava
Confesso muito chorei foi grande a desilusão
Por que vi minha mulher dar a outro seu coração
Por isso eu sou um farrapo que não tenho direção
Eu sou um barco sem rumo sozinho na solidão
Minha cama é na calçada, nasci pra viver ao léu
A noite é a minha coberta é as brancas nuvens do céu
Canção Do Meu Adeus
Jamais verei minha terra pequenina
Porque sei que em cada esquina só teria desengano
Nunca me esqueço do garimpo dos Coqueiros
E dos velhos companheiros dos saudosos nove anos
Me lembro sempre do Josias de Anterino
Agnaldo e Noraldino, Desidério e Rafael
Ai quem me dera se mudasse o meu destino
E voltasse a ser menino lá no meu Coromandel
Mas como posso te rever, minha cidade
Se nas ruas da saudade meus amores não verei
Se lá no alto, na casinha tão branquinha
Não está minha mãezinha pois sem ela já fiquei
E nas novenas de Santana, padroeira
Já não há o Zé Ferreira com a bandinha à tocar
E nesse instante, meu Coromandel querido
Baixo os olhos comovido pra ninguém me ver chorar
Adeus, adeus Macaúba das Vazantes
Douradinho dos Diamantes a saudade é meu tormento
Porque guardar os lindos sonhos de criança
É viver de esperança pra morrer de sentimento
Coromandel, dos antigos sonhos meus
A canção do meu adeus para ti eu dediquei
São pedacinhos de saudade dos parentes
Das planÃcies e nascentes desta terra que amei
Perdido De Amor
Nesta noite me vou derrotado
Com a sorte não posso lutar
A paixão que eu trago em minh’alma
Me tortura e me faz chorar
Se eu pudesse gritar pela morte
A rogar-te me tire o que fez
Teu amor eu perdi para sempre
Que me importa a vida perder
Não consigo esquecer teus carinhos
Nem teus beijos nem o teu calor
Muito triste eu sigo sozinho
Derrotado e perdido de amor
Hoje eu darei a despedida
Nesta noite é triste o luar
Cantarei com minh’alma ferida
Três canções que farão recordar
Na seresta que foi o adeus
Do amor que chorei a perder
Se não posso viver junto a ti
É melhor bem distante morrer
Meu VÃcio É Te Amar
Estou sofrendo por teu amor, mas não quero esquecer-te
Mesmo sento por ti desprezado não quero te odiar
Não consigo, não quero, não posso deixar de querer-te
Todos tem nesta vida um vÃcio, meu vÃcio é te amar
Os próprios amigos me dizem que sou um palhaço
Que preciso riscar-te pra sempre do meu pensamento
Que teu grande é sorrir e querer meu fracasso
Mas confesso que longe de ti é maior meu tormento
Continuarei esperando que teu orgulho venha um dia terminar
Que também quase morta de amor arrependida me abraçar e me beijar
Teu beijo enxugará da minha face tantas lágrimas sentidas
O teu carinho me fará sempre feliz, somente tu que eu amor nesta vida
Ternura Dos Teus Beijos
Me desprezar, me magoar
É teu maior prazer eu sei
Mas mesmo sendo desprezado
De te amar não deixarei
Tenho esperança
Que um dia tu irás me compreender
De tudo isso que me faz
Um dia irá se arrepender
Teu coração aventureiro algum dia cansará
Amor sincero Igual ao meu tu nunca mais encontrará
Pois sempre te amei e meu maior desejo
E te beijar e adormecer com a ternura dos teus beijos
Lábios Gelados
Vivo sozinho no mundo assim me acompanha o cruel padecer
Pelos caminhos que andei na vida meu sofrimento não pude esquecer
De bar em bar vivo bebendo como um errante a caminhar
Por teu desprezo vivo sofrendo e não consigo deixar de te amar
Ai, ai, ai, ai, que triste o destino é o meu
Vivo bebendo a chorando lembrando quem me esqueceu
Porém, desejo que a mesma tristeza venha amargar tua vida também
Cruel remorso então sentirá, pois não terás como eu mais ninguém
Há de sentir minha sombra a teu lado como remédio para a tua dor
Há de sentir os teus lábios gelados sem as carÃcias de um beijo de amor
Ai, ai, ai, ai, que triste o destino é o meu
Vivo bebendo a chorando lembrando quem me esqueceu
Flor Da Lama
Venho agora dizer adeus aos meus amigos
Eu já não posso mais viver neste lugar
Porque a mulher que viveu sempre comigo
Manchou meu nome e na lama foi morar
O nosso lar que era um ninho de amor
Hoje é um recanto que só existe a solidão
E na lama nasceu uma nova flor
Para enfeitar o ambiente da perdição
E sozinho no silêncio do meu quarto
Quantas noites amanheço acordado
Sempre olhando na parede o teu retrato
Relembrando quando estava a meu lado
Sinto a mágoa destruir minha existência
Tenho vergonha de saber onde ela mora
Não podendo suportar a sua ausência
Soluçando de saudade eu vou embora
Tarde da noite, quando apaga a luz da lua
E os boêmios, passam em frente a minha janela
Sobre meu leito, sozinho escuto uma voz na rua
Que vem passando e vem falando o nome dela
Noite De Angústia
E quase meia noite a noite está calada
A fria madrugada não tardará chegar
Estou aqui bebendo, fumando como louco
Por que daqui a pouco meu amor vai me deixar
Olha nos meus olhos e veja no meu rosto
A sombra do desgosto que me invade o coração
Pois nesta amarga hora confessa o que eu sei
Que não resistirei à separação
Garçom não feche as portas me faça esta fineza
Console minha vida trazendo mais bebida aqui na minha mesa
Nesta noite de angustia beberei até dormir
Quando o dia amanhecer eu não quero ver meu amor partir
Músicas do álbum Alma Vazia (TROPICANA 01149) - (1971)
Nome | Compositor | Ritmo |
---|---|---|
Alma Vazia | Chema Davilla - Versão: Luiz De Castro | Rancheira |
Ânsia De Amor | Loirinho / Goianinho | Guarânia |
Farrapo De Gente | Luiz De Castro / Benedito Seviero | Tango |
Caminhos Da Vida | J. A. Gimenes – Versão: José Fortuna | Rancheira |
Caminheiro | João Camargo / Geraldo Rocha | Polca |
Canção Do Meu Adeus | Goiá | Toada |
Perdido De Amor | Luiz De Castro / Zé Marreiro | Rancheira |
Meu VÃcio É Te Amar | Luiz De Castro / Osmar Alves | Bolero |
Ternura Dos Teus Beijos | Luiz De Castro / Pedro Bento | Rumba |
Lábios Gelados | Luiz De Castro / Osvaldo Tose | Rancheira |
Flor Da Lama | Paiozinho / Benedito Seviero | Guarânia |
Noite De Angústia | Luiz De Castro / Zé Da Estrada | Tango |