Cavalo Baio (CABOCLO-CONTINENTAL CLP 9087) - (1970) - Pedro Bento e Zé Da Estrada
Meu Pombo Correio
Mandei um cartão escrito pro meu benzinho querido
Chorando uma grande magoa por ela ter me esquecido
O meu pombinho correio foi quem levou meu cartão
Levou também a saudade que eu sinto na solidão
Meu pombo correio voltou depressa
Trouxe consigo esse recado
Esqueça-me para sempre
Tenho outro amor vivendo a meu lado
Se é que tu me quer bem
Esqueça o nosso passado
Você pombinho correio sabe da minha tristeza
Sabe que eu a quero muito é minha maior riqueza
Vai embora meu pombinho eu te dou a liberdade
Eu quero ficar sozinho quero morrer de saudade
Deusa Do Amor
Do teu reinado de beleza sonhei que era teu rei
Mas do meu sonho de riqueza infelizmente acordei
Agora te peço perdão pelo absurdo desejo
Minha incabÃvel pretensão de ser o dono dos teus beijos
Cego de amor não pressenti que exagerei os meus ideais
Somente agora compreendi que eu sonhei alto demais
Tu és a deusa do amor num pedestal inatingÃvel
Eu sou um pobre sonhador que tive um sonho impossÃvel
O Amor E A Rosa
Aquela rosa que tu me destes com carinho plantei
Em poucos dias ela plantou pensando em ti eu chorei
O meu amor pela roseira é igualzinho ao teu
Todas tardinhas ela eu regava lindos botões floresceu
A primavera foi se acabando e a roseira secou
E tu também me esqueceu com outro homem casou
Triste chorando vejo a roseira só teus espinhos ficou
Malvado espinho que em meu peito cravou
Eu Penso Em Ti
Quando a tarde morrer no horizonte e a noite baixar o seu véu
Quando a lua surgir sobre o monte clareando o negrume no céu
Eu penso em ti amor, somente em ti, eu chamo por ti amor, somente por ti
Quando a noite findar calma e fria e o vento fizer serenata
Quando ao longe raiar novo dia e o sol pratear sobre a mata
Eu penso em ti amor, somente em ti, eu chamo por ti amor, somente por ti
No outono, inverno e verão, também na primavera florida
Na alegria e na solidão e em todos momentos da vida
Eu penso em ti amor, somente em ti, eu chamo por ti amor, somente por ti
Palco Da Vida
De que me adianta viver nesse mundo
Se a felicidade não gosta de mim
Não tenho amigo, não tenho ninguém
Este meu viver é um drama sem fim
Esposa e filhos também me deixaram
Fizeram comigo essa ingratidão
O destino ingrato foi Deus que me deu
Preciso cumprir esta cruel missão
No palco da vida vou desempenhando
Esta drama triste que tenho vivido
Às vezes lamento nas horas amargas
Essa grande mágoa que trago comigo
Quando cai o manto da noite em meu quarto
O meu pensamento vai vagando em vão
Eu vejo no espelho meu rosto molhado
Eu choro em silêncio minha solidão
Assim é o mundo, eu tenho pensado
Neste meu vazio e cruel desengano
Ninguém traz consigo um certo caminho
Todos são incertos por onde passamos
São grandes os mistérios desta nossa vida
E vai caminhando sobre os vendavais
Seja rico ou pobre, alegre ou triste
A morte apaga em cenas reais
Cavalo Baio
Comprei um cavalo baio puro sangue corredor
Filho de uma égua baia e um bom reprodutor
Pra ficar bem do meu gosto eu meso amansei o potro,
Nele dei grande valor
Eu fiz uma aposta dura com um fino fazendeiro
Ela tinha um manga larga que pagou um bom dinheiro
Já teve muitas vitorias seu nome estava na história
Como o rei dos parelheiros
Fazenda contra fazenda foi a aposta neste dia
Quem perdesse ia-se embora só com a roupa que vestia
A torcida do ricaço só pra eu no fracasso
Apostava sem quantia
Já na hora da partida foi aquela gritaria
Meu baio saiu na frente e nem força ele fazia
O manga larga suava parece que adivinhava
Que a corrida ele perdia
Dois minutos de carreira foi o prazo que marquei
Meu baio chegou na frente sei que corrida eu ganhei
Mas entrei num embaraço com a filha do ricaço
No outro dia me casei
Juntei as duas fazendas, dois cavalos dois amores
Duas semanas de festa ao povo ali morador
Meu baio teve a vitória assim termina a história
Dos cavalos corredores
Ilusão Perdida
Eu esta noite sonhei contigo querida
Beijei teus lábios e senti o teu calor
Mas como eu posso ser feliz em minha vida
Se eu perdi para sempre o teu amor
Só mesmo em sonho eu consigo te beijar
É uma ilusão que tão de pressa se passa
Sinto o ciúmes pouco a pouco me matar
Enquanto eu choro outro homem te abraça
Faz tanto tempo que eu não te abraço
Pois em meus braços não vem jamais
Quando eu acordo me desespero
Meu bem te quero cada vez mais
Maior Desejo
Em minha vida era meu maior desejo
Colocar em teu dedo uma aliança
Porém querida com tristeza agora vejo
Morrendo aos poucos o meu sonho de esperança
Em teu olhar que era cheio de ternura
Já não encontro o mesmo esplendor
Em teus lábios já não há mais a doçura
De um beijo de carinho e amor
Porém não quero que cases comigo
Somente para fazer gosto a teus pais
Eu vou embora a pra onde eu não digo
NotÃcias minhas não terá nunca mais
Esqueças as horas que contigo passei
Continuar neste dilema não podemos
Queime também todas as cartas mandei
Faça de conta que jamais nos conhecemos
Nosso Encontro
Lembro-me bem aquela noite, aquela rua
Aquele olhar, aquele encontro, aquele mês
Lembro-me do céu azul brilhava a lua
Quando nos encontramos a primeira vez
Daquele encontro nasceu a simpatia
Da simpatia nasceu um grande amor
De um grande amor nasceu a alegria
Mas da alegria também nasceu a dor
A dor do desprezo e da maldade
A grande dor da sua ingratidão
A dor cruel da sua falsidade
Depois a dor de uma separação
Quatro Companheiros
Eram quatro companheiros viajando pela estrada
A cavalo e de chicote, de chapéu de aba larga
Caminhava pela frente o meu cachorro campeiro
Ia pra lida de gado era quatro boiadeiro
Quatro jovens rijo e forte nessa lida tão obreira
Enfrentando até a morte atravessando a fronteira
Com sol quente, chuva e frio, a estrada empoeirada
Nesse sertão tão bravio transportando uma boiada
Território do Amapá ao Rio Grande do Sul
Amazonas ao ceará debaixo de um céu azul
Consagrados pioneiros pelos pontos cardeais
Deixaram tanta saudade, lembranças tão imortais
Passa o tempo, veio a idade, o progresso assim nasceu
A estrada de rodagem com sucesso apareceu
Veio o transporte moderno para o bem da nossa gente
Deu descanso ao boiadeiro deste grande continente
Com os cabelos grisalhos num recanto lá da estância
Vive os quatro companheiros revivendo a lembrança
A contar com tanto orgulho as proezas dessa lida
São palanques da história desta terra tão querida
Para Ser Boêmio
Boêmio pra ser boêmio
Não deve deixar do seu violão
Boêmio canta em versos tristes
A mágoa que existe em seu coração
Boêmio não deve chorar
Nem se apaixonar pela sua amada
Boêmio amanhece na rua
Namorando a lua e as madrugadas
Boêmio tem que aprender
Amar e sofrer com resignação
Beber pra desabafar
E se conformar com a ingratidão
Se digo isso é pro que entre os boêmios
Recebi o prêmio de bom professor
Eu canto em triste melodia
Minha nostalgia, minha grande dor
Nossas Vidas
Só em saber que é de outro os teus carinhos
Só em saber que é outro a beijar os lábios teus
Minha alma humilhada sofre tanto
Ao ver com outro os beijos que já foram meus
Em fim é esta a triste sorte que tenho
Viver penando por este mundo além
Na certeza que um dia pelo mundo
Encontrar-te a sofrer como eu também
Então talvez nossas vidas já cansadas
De pelo mundo vagando e sofrendo tanto, tanto
E eu então não serei o mesmo homem
E tu também não terás o mesmo encanto
Seguiremos bem juntinhos nossa estrada
Sem que jamais tenha os carinhos meus
Só seremos dois amigos fracassados
Que confiam suas vidas somente em Deus
Músicas do álbum Cavalo Baio (CABOCLO-CONTINENTAL CLP 9087) - (1970)
Nome | Compositor | Ritmo |
---|---|---|
Meu Pombo Correio | Pedro Bento / Ramon Perez | Carrilhão |
Deusa Do Amor | Pedro Bento / Celinho | Marcha |
O Amor E A Rosa | Jose Velasquez - Versão: Pedro Bento | Rancheira |
Eu Penso Em Ti | Pedro Bento / Celinho | Rancheira |
Palco Da Vida | Correto / Corrêa | Rasqueado |
Cavalo Baio | Pedro Bento | Rancheira |
Ilusão Perdida | Pratinense | Rumba |
Maior Desejo | Pedro Bento / Celinho | Bolero |
Nosso Encontro | Pedro Bento / Celinho | Fox Canção |
Quatro Companheiros | Jovino Leonel / Geraldo Limbardy | Reizado |
Para Ser Boêmio | Pedro Bento / Celinho | Guarânia |
Nossas Vidas | Celinho / Edmilson Corrêa | Rancheira |