Cigana (CABOCLO-CONTINENTAL 103405185) - (1975) - Pedro Bento e Zé Da Estrada
Galopeira
Foi num baile em Assuncion capital do Paraguai
Onde eu vi as paraguaias sorridentes a bailar
E ao som de suas guitarras quatro guapos a cantar
Galopeira, galopeira eu também entrei dançar
Galopeira, nunca mais te esquecerei
Galopeira, pra matar minha saudade
Pra minha felicidade paraguaia eu voltarei
Pra minha felicidade paraguaia eu voltarei
Resignação
Meu coração bate forteÂ
To cumprindo a sorte que o destino deuÂ
Pensando num amor quer tiveÂ
Comigo não vive desapareceuÂ
Pensando num amor quer tiveÂ
Comigo não vive desapareceuÂ
Por causa desse amor eu choroÂ
À Deus eu imploro resignaçãoÂ
E com esse sentimentoÂ
Pego no meu pinho e canto essa cançãoÂ
Mas tenho ainda a esperançaÂ
Que este amor um dia me peça perdão
Saudade
Saudade palavra rica que martiriza e fica dentro de um coração
Da felicidade morta que a saudade conforta trazida de uma paixão
Saudade eu tenho de alguém uma saudade que vem de uma distância sem fim
Será que ela também na falta de outro alguém sente saudade de mim
Â
Eu vivo sempre pensando meus olhos vivem chorando não tenho felicidade
Estou morrendo aos poucos o que me deixa mais louco é a maldita saudade
Última Melodia
Numa noite de luar um lindo cantar se ouviaÂ
Longe o eco respondia dentro na mata fechada
Relembrando algum passado que foi e não existeÂ
Aquele caboclo triste cantava esta toadaÂ
Lua cheia que clareia a verde mataÂ
Venha e tira do meu peito esta paixãoÂ
Sou aquele desprezado que padeçoÂ
Sem consolo, sem abrigo e sem perdãoÂ
Já não canso de chorar mais neste mundoÂ
Não resisto esta minha grande dorÂ
Peço à morte que me tire desta vidaÂ
É somente o que merece um pecadorÂ
Enquanto eu escutava aquele cantar dolenteÂ
Silenciou tão de repente, nada, nada mais se ouviaÂ
Ansioso e desesperado sai pra aquele lado no rumo que a voz nasciaÂ
Bem lá volta da estrada um vulto branco avisteiÂ
Quando mais perto cheguei reconheci quem padecia
Era um pobre seresteiro que ali caiu cantandoÂ
Pra mi falou variando na derradeira agoniaÂ
Seu moço este lugar é desertoÂ
Não tem vizinho por perto que possa me socorrerÂ
Mas o senhor mesmo sozinhoÂ
Me guarde neste ranchinho e acabou de morrer
Quando foi no outro dia de tardinhaÂ
Um cortejo conduzia o seu caixãoÂ
Foi-se embora pra sempre o seresteiroÂ
A voz mais linda que encantava o sertão
Escreveram no violão desse poetaÂ
Uma letra que ele mesmo rimouÂ
Foi a última toada sertanejaÂ
Que no dia da sua morte cantou
Teu Retrato Primeiro
Eu achei uma fotografia e me trouxe uma recordaçãoÂ
Fiz de tudo para te esquecer e acalmar minha louca paixãoÂ
Eu que já nem lembrava de rir até pensei em te procurarÂ
Mas pensando eu me decidi para sempre deixar de te amarÂ
Teu retrato eu rasguei tuas cartas queimei
A fumaça levou dos segredos que eu li
A lembrança findou só a cinza ficou e nela escrevi adeus amorÂ
Nosso amor para mim foi um sonho que eu não cheguei a realizarÂ
Deste sonho surgiu um segredo que veio para nos separarÂ
E daquele momento em diante sepultei minha louca ilusãoÂ
E jurei nunca mis ter amor para não ferir meu coração
Teu retrato eu rasguei tuas cartas queimei
A fumaça levou dos segredos que eu li
A lembrança findou só a cinza ficou e nela escrevi adeus amorÂ
Dor Da Saudade
É na distancia que aumenta a dor do amorÂ
E na saudade que encontro meu sofrerÂ
E sem seus olhos que tudo parece nadaÂ
É sem seus beijos que tudo lembra vocêÂ
Ao recordar o nosso amor eu passo a noiteÂ
E sinto mesmo sem querer o seu calorÂ
Então eu peço para Deus naquela horaÂ
Quem mande embora seu orgulho, por favor
Sem tudo isso eu não sou nadaÂ
Não é possÃvel que você não pense em mimÂ
Deixe esse vida tão caprichosaÂ
Não acredito que esse amor já teve fim
Ao recordar o nosso amor eu passo a noiteÂ
E sinto mesmo sem querer o seu calorÂ
Então eu peço para Deus naquela horaÂ
Quem mande embora seu orgulho, por favor
Sem tudo isso eu não sou nadaÂ
Não é possÃvel que você não pense em mimÂ
Deixe esse vida tão caprichosaÂ
Não acredito que esse amor já teve fim
Cigana
Um ricaço fazendeiro, na mansão onde viviaÂ
Mandou ler a sua sorte, a cigana assim dizia
A sua querida esposa vai ter uma linda filha
Também a sua criada, a mulher do Zacaria
Vai ganhar um a garotinho e vão se casar um dia!Â
O homem falou nervoso eu não acredito em sorte
Eu só creio no dinheiro nunca vi coisa mais forte
Dinheiro tenho bastante vou preparar o corteÂ
Contratou um cangaceiro foragido lá do norte
Antes de nascer o menino empreitou a sua morteÂ
O filho da empregada nasceu forte e sorridente
O carrasco teve pena daquele pobre inocenteÂ
Sequestrou a criancinha, mas agiu bem diferente
E sujou a sua arma com sangue de outro viventeÂ
E mostrando como prova o patrão ficou contenteÂ
Esta criança cresceu o carrasco deu culturaÂ
Conseguiu vários diplomas de anéis de formaturas
Estudando conheceu uma linda criaturaÂ
E ficou enamorado dessa bonita figuraÂ
De um dia se casarem beijando trocaram jurasÂ
No dia do casamento ao saÃrem do altar
Lá estava o pai da noiva ocupando o seu lugar
Na igreja entrou uma velha e foi lhe cumprimentar
Eu sou aquela cigana o senhor deve lembrar
E o noivo é o menino que o senhor mandou matar
Boi Baiano
O senhor Dário Mourão sua fama esta rodandoÂ
Em matéria de rodeio sua tropa esta ganhandoÂ
Tem a tal mula Grã-fina não tem peão que fica em cima, ela arranca do cutiano
A atração deste rodeio é um boi preto lustrosoÂ
Tem o premio de dez mil para o peão que for manhosoÂ
Tem que ser peão de tutano para enfrentar o Baiano, boi traiçoeiro e perigoso
De uma cidade de Minas um peoa veio com graçaÂ
Que montava no baiano dava uma volta na praçaÂ
O circo e boi sumia e ele com galhardia pra casa levava a taçaÂ
Quando foi as sete horas, uma tarde muito friaÂ
Palito, muito contente abriu três bilheteriasÂ
Hoje este circo lota nós vamos nos encher da nota e abraçava sua Maria
Veio a cidade em peso e muitos da regiãoÂ
Pra ver a derrota da fera e a vitória do peãoÂ
O circo estava lotado e o rapaz muito empolgado contava com os dez milhõesÂ
Quando o boi apareceu a plateia levantouÂ
De ver o monstro na arena o peão se intimidouÂ
Montou mas caiu na hora saltou a lÃngua pra fora até hoje não acordou
Monumento De Saudade
A tropa cheia de carga que foi meio de transporte
Cruzou imenso sertão de leste a oeste, sul e norte
E foi assim lentamente unindo a civilização
Dando acesso ao progresso colonizou região
Abrindo novos caminhos em árdua cavalgada
Transportando esperança por uma simples estrada
Tropeiro sua bravura se espalhou no continenteÂ
Enaltecendo a coragem de um caboclo descente
Olhando o livros que marcavam sua historiaÂ
Não foi em vão sua luta teve também sua glóriaÂ
És herói deste progresso que cresce com nossa genteÂ
Não sai de nossa memória você tropeiro valenteÂ
Nas páginas que se lê da nossa literaturaÂ
Que conta com grande orgulho seu feito e sua bravuraÂ
Não será entre este povo um herói desconhecidoÂ
Muitos têm com galhardia os teus brasões coloridosÂ
E o povo que hoje canta com muita felicidadeÂ
Faz de você, oh, tropeiro monumento de saudade
Galo Colorado
O meu galo colorado é dono deste terreiroÂ
Galo piquiri e pateca que canta noutro poleiroÂ
Onde canta o clorado os outros ficam calados por que respeitam o guerreiroÂ
Galo Ãndio, puro sangue peito largo resistenteÂ
Seu bico parece aço derrota qualquer valenteÂ
Sua asa é uma chibata sua espora fere e mata tem veneno igual serpente
O meu galo quando briga sua batida é forteÂ
Quem apostar nela ganha é campeão de sul a norteÂ
É bonito e respeitado pra quebrar o colorado precisa ter muita sorteÂ
Já ganhei muitas medalhas troféu eu tenho bastanteÂ
Uma moça de Londrina quis comprar o meu giganteÂ
Eu dei de presente a ela casarei com a donzela grã-fina e muito eleganteÂ
Ela tem muito dinheiro, compra e vede muito gadoÂ
Sua riqueza foi pouco pra comprar meu coloradoÂ
Meu galo é rei da rinha e eu sou rei da rainha, pois com ela estou casado
Asa Branca
Asa branca é proprietário de um circo de rodeioÂ
Vem percorrendo o Brasil em lugar nenhum fez feioÂ
Trazendo dois bois de fama que vem ganhando os torneiosÂ
Boi Cigano e Parapero para a plateia é um brinquedo, mas os peões tem receio, ai, ai, aiÂ
Quanta cidade importante esta circo já passouÂ
A fama desses dois bois no Brasil se esparramouÂ
Asa branca o proprietário desse jeito me falouÂ
Que muitos peões de fama já rolaram pela grama no seu lombo não parou, ai, ai, ai
Na cidade de Araras que esse circo foi montadoÂ
Fazendo muitas propostas aos peões afamadosÂ
Quem parar nestes dois bois o prêmio ta reservadoÂ
E no ganhar o areio o peão perde o galeio, pelo chão fica deitado, ai, ai, aiÂ
No dia da montaria Asa Branca apresentouÂ
Cavalo preto valente é o rei dos puladorÂ
Quantas milhões de cruzeiros no seu lombo já ganhouÂ
Boa gente e bons toureiros desse circo brasileiro vem percorrendo o interior, ai, ai, ai
Catira Do Pedroso
Eu recebi um convite veio de São Sebastião
ParaÃso das meninas lugar de mineiro bom
Berço de gente famosa as mocinhas são as rosas vindo de um simples botão
O senhor Hico Pedroso seus violeiro é bom demais
No catira que eles entram no assoalho ficam sinais
Quatro par bem ensaiado é poeira pra todo lado recortando a viola vai
Eu sou um passarinho eu sou um assanhaço
Eu quero fazer meu ninho se você deixar eu faço
Encostado no seu peito na voltinha do seu braço se você deixar eu faço
Chico Bento e Zé Ricardo, Joaquim Bibe e João Messias
João Moreira e José soares o Hico e o Jeremias
Sapateia a noite inteira só despensa a brincadeira depois que amanhece o dia
Eu também que sou violeiro mas fui lá pra assistir
Confesso que em toda vida coisa igual eu nunca vi
Eu trouxe muita saudade daquela bela cidade e o povo que conheci
Músicas do álbum Cigana (CABOCLO-CONTINENTAL 103405185) - (1975)
Nome | Compositor | Ritmo |
---|---|---|
Galopeira | Zayas / Mauricio C. Ocampo - Versão: Pedro Bento | Polca |
Resignação | Noel Costa / Dominó | Rasqueado |
Saudade | Tião Carreiro / Zé Matão | Rancheira |
Última Melodia | Dino Franco / Pedro Bento | Toada Balanço |
Teu Retrato Primeiro | Mineiro / Paxá | Rancheira |
Dor Da Saudade | Palmar / Milton José | Rojão |
Cigana | Joaquim M. Da Silva / Pedro Bento | Cururu |
Boi Baiano | Pedro Bento / Querino Basso | Cururu |
Monumento De Saudade | Pedro Bento / Geraldo Rocha | Toada Balanço |
Galo Colorado | Pedro Bento | Cururu |
Asa Branca | Pedro Bento / Orlando Silveira Cruz | Moda De Viola |
Catira Do Pedroso | Pedro Bento | Catira |