Segura Peão (CONTINENTAL CLP 9178) - (1973) - Pedro Bento e Zé Da Estrada

Segura Peão
Oi, segura peão não faça o povo rir
Oi, segura peão se não pode cair
Oi, segura peão não faça o povo rir
Oi, segura peão se não pode cair

Deixa o macho pular de formar serração
Se não pode rolar na poeira do chão

Oi, segura peão não faça o povo rir
Oi, segura peão se não pode cair
Oi, segura peão não faça o povo rir
Oi, segura peão se não pode cair

Se você não cair vai ser o campeão
Quando o potro parar vai falar com o patrão

Oi, segura peão não faça o povo rir
Oi, segura peão se não pode cair
Oi, segura peão não faça o povo rir
Oi, segura peão se não pode cair

O patrão tem dinheiro e filha pra casar
Por isso faça força pra este prêmio ganhar

Oi, segura peão não faça o povo rir
Oi, segura peão se não pode cair
Oi, segura peão não faça o povo rir
Oi, segura peão se não pode cair

Teu Nome Tem Sete Letras
Quem tem seu amor distante alegre não pode ser
Ninguém sabe que eu canto somente pra lhe esquecer
Morena eu deito na cama sonhando eu vejo você
Quando acordo fico triste pensando o que hei de fazer
Na distância que separa de você meu bem querer
 
Teus olhos são verdes claros ilumina o meu viver
Tem o brilho das estrelas na hora do escurecer
Morena cor de canela é a razão do meu sofrer
As ondas dos teus cabelos como vento pega a tremer
Como as ondas do oceano onde eu queria morrer
 
Morena seu lindo nome que eu não canso de escrever
A sua linda cartinha eu leio e torno a reler
Seu nome tem sete letras cada letra tem um dizer
Sete lágrimas que eu choro sete dias a padecer
É uma semana tão longa quando eu passo sem te ver
 
Morena eu tenho esperança e o futuro há de dizer
Que ainda vou ser feliz bem juntinho de você
Numa casinha modesta por entre as flores do ipê
Os dias serão mais lindos e a vida tem mais prazer
Nossas almas sempre unidas até na hora de morrer

Esqueça Tua Maria
Eu sei de gente que anda aqui na redondeza
Rindo da minha tristeza do meu triste padecer
Gente que sabe a vida feliz que eu tive
Sabem até onde ela vive e não querem me dizer
 
Se eu soubesse eu não ia condenar
Só queria perguntar por que foi que ela deixou
Nossa morada onde nós vivia bem
Talvez por causa de alguém ela me abandonou
 
Gente malvada por despeito ou por maldade
Pra aumentar mais a saudade e pra mais me ver penar
Passa na rua quando me vê na janela
Me perguntam sempre dela e se ela vai voltar
 
Pois essa gente que inveja o meu amor
Pra aumentar mais minha dor vejam o que fizeram um dia
Pois escreveram com carvão na minha porta
Seu amor nunca mais volta esqueça a tua Maria    

Caminhando Na Estrada
Vou caminhando na estrada 
Vou sem ter aonde chegar 
Já não espero mais nada 
Só quero um ranchinho 
Pra ter um cantinho e poder descansar 

Lá pra trás deixei a tristeza ficar 
Não adianta lembrar 
Vou ter paz com alguém 
Que me queira amar 
Pra minha vida alegrar

Minha Mensagem
Aos homens prodígios das grandes cidades
Com muita humildade eu faço um pedido
Vejam que a viola é a pioneira
Sempre a mensageira de um povo esquecido
Mas os sertanejos vivem desprezados
Sempre renegados e desprotegidos
Mesmo que interpretam os versos corretos
São analfabetos para os falsos sabidos

Se tem ajudado cantor estrangeiro
E nós brasileiros são tão desiguais
Me mostrem agora que são patriotas
Não virem as costas aos nossos ideais
Mostre para o mundo nosso sangue novo
Mostrem para o povo que somos iguais
Faça o milagre da transformação
Unindo o sertão com as capitais

Nossas melodias mesmo sendo nobres
São a mais pobre na mente de alguém
Sejam mais sensatos em seu julgamento
E mostrem o talento daqueles que tem
Mostrem o folclore a quem não conhece
E vê se enaltece o sertão também
Lutando sozinho a sorte não muda
Se derem ajuda vamos muito além

Provem que não á distinções musicais
Sejam mais leais para o povo gentil
Façam concorrer nas grandes paradas
Nossas toadas de grandeza uniu
Ponha o sertanejo na televisão
Mostrem que o sertão já evoluiu
Por favor atendam os nosso desejos
Mostre aos sertanejos que tudo é Brasil

Sinhá Maria
Nosso Senhor, me perdoa esta descrença magoada
Tinha uma vida tão boa hoje eu não creio em mais nada
Não canto mais ladainha não faço mais oração
Até a crença que eu tinha fugiu do meu coração

Porque não foste justo outro dia vindo buscar sinhá Maria
A santa do meu altar
Talvez tu não pensaste em maldade em que mais tarde a saudade
Vinha me desesperar

Nosso Senhor, que tristeza quando eu regresso à tardinha
Debruço e choro na mesa lembrando a vida que eu tinha
Minha choupana vazia com a porta aberta pra trás
Sabendo que Sinhá Maria não volta mais, nunca mais

Perdão, volve pra mim meigo olhar só tu me podes vingar
O que a saudade me fez
Por Deus, escutai nosso Senhor mandai do céu, por favor
Sinhá Maria outra vez

Os Três Boiadeiros
Viajando nas estradas Zé Rolha na frente
Tocando o berrante, chamando a boiada
E Chiquinho, sempre do lado, distraindo o gado
Tomando cuidado nas encruzilhadas
E nós três vivia tocando a boiada
E nós três vivia tocando a boiada

Mas um dia na invernada, deu uma trovoada
E numa derriçada o gado estourou
Nesse dia morreu Zé Rolha, caiu do cavalo
Foi dentro do valo e a boiada pisou
Fiquei eu e Chiquinho tocando a boiada
Fiquei eu e Chiquinho tocando a boiada

Num domingo de rodeio Chiquinho bebeu 
E não me obedeceu pulou no picadeiro
Num relance atirei na rez a vaca tremeu 
Mas no pulo que deu matou meu companheiro
Eu fiquei sozinho tocando a boiada
Eu fiquei sozinho tocando a boiada

Viajando nas estradas, não toco o berrante
Nem vejo lá adiante meus dois companheiros
Deste trio ficou a saudade em toda cidade
O povo pergunta dos três boiadeiros
Eu fiquei sozinho tocando a boiada
Eu fiquei sozinho tocando a boiada

Mourão Da Porteira
Lá no mourão esquerdo da porteira 
Onde encontrei você pra despedi 
Uma lembrança minha derradeira 
É um versinho que eu nele escrevi
 
Você eu sei passa esbarrando nele 
E a porteira bate pra avisar 
Você não lembra que sinal é aquele 
E nem se quer se lembra de olhar
 
Aqui tão longe eu pego na viola 
Aquele verso começo a cantar
Uma saudade é dor que não consola 
Quanto mais dói a gente quer lembrar
 
Você talvez não sabe o que é saudade 
Uma lembrança você nunca sentiu 
Pois, esquecer às vezes tenho vontade 
Essa vontade o meu peito feriu
 
No dia que doer seu coração 
Sentir a dor que eu também senti 
Você chorando passa no mourão
E lê os versos que eu nele escrevi

O Sonho Do Matuto
A caboclinha que era o sonho do matuto
O abandonou sem se quer tem compaixão
O pobre jeca que com dor no coração
Contempla entre soluços ainda irresoluto
Aquela choça mais bonita que uma flor
Que fez só para os dois ele e seu lindo amor

E quando o sol vai declinando no horizonte
Não mais se escutam as cantigas de alegria
Pois lá na roça tudo é melancolia
O arvoredo doce cochichar da fonte
Os passarinhos enfim toda a natureza
Um cântico entoam de amor e de tristeza

Apaixonado ele tenta na viola
Achar consolo para sua alma triste
E na ilusão que aquele amor ainda existe
Saudoso o bom matuto baixinho cantarola
O teu lugar ainda é aqui no meu sertão
Bem dentro do meu peito aqui no coração

Bonito De Santa Fé
Meus amigos conterrâneos pra vocês eu vou cantando um pedaço da minha vida 
Me criei em Pernambuco mas nasci na Paraíba

Bonito de Santa Fé cidade eu eu fui nascido
Sem saber que longe eu tinha o meu tesouro escondido
Eu mudei para São Paulo deixei saudade no norte
No meu caminho da vida fui feliz e tive sorte

Gente que me conheceram que em mim fé não faziam
Antes atiravam pedras hoje fazem cortesia
No norte eu fui vaqueiro hoje em dia sou um artista
Na capital que mais cresce na terra das treze listras

Meus parentes e amigos aceitem esta canção
Eu tenho o norte inteirinho dentro do meu coração
Bonito de Santa Fé é minha terra querida
Meu pai e minha mãezinha é a razão da minha vida
Bonito de Santa Fé é minha terra querida
Meu pai e minha mãezinha é a razão da minha vida

Boi Soberano
Me lembro e tenho saudade do tempo que vai ficando
Do tempo de boiadeiro que eu vivia viajando
Eu nunca tinha tristeza vivia sempre cantando
Mês e mês cortando estrada no meu cavalo ruano
Sempre lidando com gado desde de a idade de quinze anos
Não me esqueço dum transporte seiscentos bois cuiabanos
No meio tinha um boi preto por nome de Soberano
 
Na hora da despedida o fazendeiro foi falando
Cuidado com esse boi que na guampa é leviano
Esse boi é criminoso já me fez diversos danos
Tocamos pela estrada naquilo sempre pensando
Na cidade de Barretos na hora que eu fui chegando
A boiada estouro, ai só via gente gritando
Foi mesmo uma tirania na frente ia o Soberano
                                  
O comércio da cidade as portas foram fechando
Na rua tinha um menino de certo estava brincando
Quando ele viu que morria de susto foi desmaiando
Cuitadinho debruçou na frente do Soberano
O Soberano parou ai, em cima ficou bufando
Rebatendo com o chifre os bois que vinham passando
Naquilo o pai da criança de longe vinha gritando

Se esse boi matar meu filho eu mato quem vai tocando 
Quando viu seu filho vivo e o boi por ele zelando
Caiu de joelho por terra e para Deus foi implorando
Salve meu anjo da guarda neste momento tirano
Quando a boiada passou o boi foi se retirando
Veio o pai dessa criança me comprou o Soberano
Esse boi salvou meu filho ninguém mata o Soberano 

Homenagem Ao Craque 
Jovem guerreiro soldado do gramado
Sempre atento ao apito do juiz
Protege a bola no eu vai e vem
Dando a todos espetáculo feliz

Esportista que é hoje um galhardo
Em defesa aos clubes brasileiros
Para um dia nosso esportes defender
O Brasil nos países estrangeiros

Avante coragem, sempre avante
Com a alma, com fé e coração
Na vitória, na derrota não esmoreça
Para luta mais um tento pra nação

Sempre valente destacando seu valor
É um dos homens dos onze do escol
Salve o craque atacando ou defendendo
Pela grandeza do nosso futebol

Músicas do álbum Segura Peão (CONTINENTAL CLP 9178) - (1973)

Nome Compositor Ritmo
Segura Peão Chico Salles / Marianinho Rojão
Teu Nome Tem Sete Letras Zé Carreiro / Carreirinho Cateretê
Esqueça Tua Maria Raul Torres / João Pacifico Toada
Caminhando Na Estrada Léo Romano / Julio Nagib Rojão
Minha Mensagem João Ferreira / Quintino Elizeu Moda De Viola
Sinhá Maria René Bittencourt Toada
Os Três Boiadeiros Anacleto Rosas Jr Rancheira
Mourão Da Porteira Raul Torres / João Pacífico Rojão
O Sonho Do Matuto Ariovaldo Pires / Laureano Toada
Bonito De Santa Fé Ferreirinha / João Rodrigues Rojão
Boi Soberano Carreirinho / Isaltino G. Paula / Pedro L. Oliveira Moda De Viola
Homenagem Ao Craque Armando Paschoalin Marcha
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