Pagode Na Praça (CHANTECLER ALVORADA CALP 8047) - (1967) - Tião Carreiro e Pardinho
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Cabelo Preto
Vem cabelo preto venha me matar
Eu não morri ainda vivo a te esperar
Vem cabelo preto venha me matar
Eu não morri ainda vivo a te esperar
É um ditado muito certo quem espera sempre alcança
E de esperando por ela não morreu minha esperança
Vem cabelo preto venha me matar
Eu não morri ainda vivo a te esperar
Vem cabelo preto venha me matar
Eu não morri ainda vivo a te esperar
Deito na cama não durmo parece que tem espinho
Sem dinheiro a gente vive só não vive sem carinho
Vem cabelo preto venha me matar
Eu não morri ainda vivo a te esperar
Vem cabelo preto venha me matar
Eu não morri ainda vivo a te esperar
Meu sangue corre na veia faz bater meu coração
Se eu falar o nome dela meu sangue corre no chão
Vem cabelo preto venha me matar
Eu não morri ainda vivo a te esperar
Vem cabelo preto venha me matar
Eu não morri ainda vivo a te esperar
Vivo no meio do povo carregando minha dor
O povo pede justiça e eu vivo pedindo amor
Vem cabelo preto venha me matar
Eu não morri ainda vivo a te esperar
Vem cabelo preto venha me matar
Eu não morri ainda vivo a te esperar
Florzinha Do Campo
Entre as lindas florzinhas do campo sob a luz do um luar cor de prataÂ
Eu beijei os teus lábios ouvindo os acordes de uma serenataÂ
Muitas noites, porém já passaram de beleza de lindo esplendorÂ
Para mim essas noites são tristes porque vivo sem o teu amor
Onde te encontras que não vem acalmar o meu prantoÂ
Vivo agora vagando sozinho como abelhas nas flores do campoÂ
Quero saber por que fostes tão cruel para mimÂ
Desprezastes a minha serenata não mereço um desprezo assim
Onde te encontras que não vem acalmar o meu prantoÂ
Vivo agora vagando sozinho como abelhas nas flores do campoÂ
Quero saber por que fostes tão cruel para mimÂ
Desprezastes a minha serenata não mereço um desprezo assim
Migalhas De Amor
Foi com todas as forças que eu tinha
Que eu te dei meu amor divinal
Mais porém tu não foste sincera
Me pagastes o bem com o mal
Podes rir do meu triste fracasso
Que de ti eu não tenho rancor
Eu te dei meus carinhos pra sempre
E tu só me destes migalhas de amor
Tu és tudo que tenho na vida
Esquecer-te eu não consigo
Muito embora sei que me desprezas
Eu quero viver para sempre contigo
Quando o mundo mostrar o teu erro
E a saudade te atormentar
Podes vir que eu ainda te quero
Te esperarei neste mesmo lugar
Rasqueadinho Do Adeus
Recordo ainda aquele adeus que tu disseste minha querida
Depois partistes para bem longe fique chorando tua partida
Agora vivo sofrendo sozinho sem teu carinho na solidão
Porque não voltas meu grande amor acalmar a dor do meu coração
Porque não voltas meu grande amor acalmar a dor do meu coração
Não há roseira que não tenha espinho não há ninguém que não chore de dor
Não há adeus que não seja triste quando se perde um grande amor
Não há roseira que não tenha espinho não há ninguém que não chore de dor
Não há adeus que não seja triste quando se perde um grande amor
Pobre De Mim
Quem será o felizardo que toda noite sente seus carinhos
Quem será o felizardo que toda noite sente seus beijinhos
Quem será o felizardo que a todo instante terá o seu calor
De beijar a tua boca e sentir a ânsia louca do seu amor
Pobre de mim que vivo pensando nela
Pobre de mim que sofro tanto por ela
Ai, ai meu Deus a vida é mesmo assim
Quem me quer eu não queroÂ
E quem eu quero não gosta de mim
Chave Do Apartamento
Um certo dia ao voltar de uma viagem
Faltou-me toda coragem ao chegar no apartamento
Bati na porta e a porta estava fechada
Passei hora amargurada no mais triste sofrimento
E por castigo para a dor ser mais patente
Meu vizinho estava ausente só à noite que voltou
Entregou-me amargurado com pena do meu estadoÂ
A chave que ela deixou
Abri a porta envolvido de emoçãoÂ
Meu infeliz coração loucamente a pulsar
Entrei no quarto estava bem arrumadoÂ
Com alcova de noivado como alguém que vai se casar
Na ânsia louca este amor fui revivendo
E as gavetas remexendo um bilhete dizia assim
Perdoe-me por favor se nunca lhe tive amorÂ
Adeus esqueça de mim
Pagode Na Praça
Fazer moda é meu vÃcio viola é minha cachaça
No batido do pagode meus dedos não embaraçam
Quando eu passo a mão na viola faço levantar fumaça
O pagode no momento tá sendo o dono da taça
Porque o povo está gostando eu também tô caprichando
De vez em quando soltando um pagode bom na praça
A sina de um cantador é somente Deus quem traça
Pra ser um bom violeiro não pode fazer arruaçaÂ
Precisa deixar o nome no lugar aonde passa
Só cantando moda boa pra agradar a grande massa
Da sorte nós não reclama eu zelo por nossa fama
Aonde o povo me chama tem pagode bom na praça
Quem quiser cantar pagode mostre sangue e mostre raça
Se não for pra ser bem feito peço à vocês que não faça
O batido do pagode eu ensino até de graça
Quem canta pagode certo pode crer que não fracassa
Meu pagode é brasileiro dá nome pra violeiro
Quem quiser ganhar dinheiro põe pagode bom na praça
É preciso ter amor na profissão que abraça
Tenho um capricho comigo levo ele por pirraça
Moda roubada eu não gravo nós não pega e nem não laça
Vou lutar com meus colegas luta limpa sem trapaça
Minha viola nunca falha, ganhei flores e medalhas
E o troféu "Chapéu de Palha†com pagode bom na praça
Canção Do Soldado
Do norte eu saà com quinze aos de idade
Pra conhecer uma cidade a paulista capital
Quis ser um policial era meu sonho adorado
Quando me vi fardado senti-me muito feliz
Pra defender meu paÃs o dever de um brasileiro
E assim eu ganhei dinheiro fui feliz e tive sorte
Pra mandar para o norte pra buscar minha mãezinhaÂ
Que há tempo eu deixei um diaÂ
Que pra lá ficou sozinha e que há muitos anos nós não se via
Um amigo avisou-me que fosse ao cemitério
Que lá no necrotério se encontrava uma velhinha
Que documento não tinha apenas um retratoÂ
Com meu nome exato para lá segui
Quando eu a vi era minha mãe queridaÂ
Que arriscando a vida saiu a minha procura
Passou fome e amargura dormindo pelas calçadasÂ
Sem dinheiro quase nua
Numa fria madrugada encontraram morta jogada na rua
A cena mais triste que enfrentei na minha vidaÂ
Foi ver minha mãe querida inerte num caixão
O meu pobre coração quis saltar fora do peitoÂ
Meus sonhos foram desfeitos tão feliz que podia ser
Assim mesmo ouvi dizer uma pessoa qualquerÂ
No coração de mulher diz que não existe amor
Minha mãe sofreu horror deu a vida ao meu respeitoÂ
Vivo triste pelas ruasÂ
Tirei o luto do peito, mas no coração continua
Última Viagem
Numa fria madruga da eu arriei o meu picaço
Fui fazer uma caçada no campo de Santo Inácio
No rancho beira da estrada pra aliviar meu cansaço
Parei pra beber uma água conheci o velho Epitácio
Era o rei dos cantador que teve um triste fracasso
Seu moço você esta vendo esta viola empoeirada
Faz dez anos que este pinho está no canto pendurada
Dez anos atrás esta viola sempre foi a minha enxada
Eu com meu companheiro nós dois não tinha parada
Toda semana cantava levando a vida folgada
Cada dia uma cidade sempre fazendo viagem
Pra violeiro despeitado bater com nós é bobagem
Em modas de desafios nós tinha grande bagagem
Desafiava dia e noite não levava desvantagem
Afamado e o Epitácio já estavam em muitas paragens
Fizemos à última viagem do lado do Itararé
Quando bateu meia noite os campeões chamou no pé
Cantamos o resto da noite sem desconfiar da má fé
O povo fingia alegre dançando e batendo o pé
Quando foi de madrugada pra nós trouxeram café, ai
Seu moço aquele café foi verdadeira cilada
A parte que nos trouxeram tava toda envenenada
Por eu não tomar café me livrei dessa emboscada
Sem dizer que aquela gente tava toda despeitada
Os campeões que nós quebramos tinha a fama respeitada
No outro dia faleceu meu parceiro de estimação
Pendurei ali a viola e nunca mais botei a mão
Essa viola vitoriosa nunca perdeu pra campeão
Esta foi a última viagem que enlutou meu coração
Porque perdi meu parceiro e, além disso, é meu irmão
Domador
No tempo que eu domava no meu querido sertão
Ai, minha gente que tempo bom
Fechava a porteira laçava o macho
Botava o lombilho e o barbicacho
Descia cantando pela serra abaixo
No galho da perobeira cantava o gavião penacho
Arriscava a minha vida pra montar em qualquer pagão
Ai, a morena no portão
Morena bonita do cabelo cacho
Da cintura fina mais linda eu não acho
Nós dois conversava lá no riacho
Na hora da despedida soluçava nos meus braços
Eu sempre fui divertido pra gosta de uma função
Ai, sempre fui bom folgazão
Eu entro na sala com desembaraço
Tocando e cantando com a viola no braço
As modas que eu canto eu mesmos é que faço
Na hora que eu estou cantando
Coração duro eu não acho
Me recordo com saudade daquele meu tempo bom
Ai, eu sei que não volta não
Eu sou animado em tudo que faço
No braço da viola sou liso nos trastes
Esses peitos já cansados já foi dois peitos de aço
Mar Vermelho
Durante o mês de dezembro a chuvarada caiu
As águas do rio do peixe com as enchentes subiu
Quinhentos metros de vargem as águas todas cobriu
Parecia um mar vermelho, ai naquele sertão bravio
Frederico Cruz morava no outro lado do rio
Tinha uma menina doente o médico a mãe pediu
O camarada da casa aproveitando o estio
Num cavalo de corrida, ai pela estrada ele partiu
Na ida ele teve sorte a chuva não impediu
Quando voltou com os remédios uma capa ele vestiu
No atravessar de novo uns galhos submergiu
Cavalo espantou e ele, ai na correnteza caiu
Cavalo nadava muito do outro lado saiu
Chegando em casa molhado os arreios e coxinilho
A famÃlia vendo aquilo o povo se reuniu
Foram achar no outro dia ai, lá numa curva do rioÂ
Num galho o corpo enroscado que a famÃlia descobriu
Com os remédios ainda no bolso pra levar e não conseguiu
Deixaram uma cruz fincada naquele lugar sombrio
Todos que soube a notÃcia, ai não teve quem não sentiu Â
Pula Pula
Americano e russo tão pulando lá no espaço
Todos dois pulam pensando em não cair no fracasso
Quem não der o pulo certo nunca mais acerta o passo
Eu nunca dei pulo errado com minha viola no braço
Todos pulam de alegria com os pagodes que eu faço
Professor pula na escola pra ensinar o analfabeto
O engenheiro também pula pra dar conta do projeto
O servente pula muito só na hora do concreto
Operário pula cedo pagamento vem completo
Tem velhos que ainda pulam pra ajudar criar os netos
Tem gente que pula muito, mas dá seu pulo escondido
Mas o gato quando pulo dá seu pulo prevenido
O advogado pula pra ganhar caso perdido
As mocinhas também pulam pra arrumar moço sabido
Solteirona tá pulando pra arranjar qualquer marido
Quero ver quem que não pula com um chute na canela
Pois a onça também pula pra poder pegar a vitela
Passarinho que é sabido não dá pulo na esparrelaÂ
Ladrão entra pela porta sai pulando pra janela
Eu dou pulo no catira e a pipoca lá na panela
Nosso povo brasileiro está pulando com fé
Pulando com Deus na frente vai vencer se Deus quiser
Pulando com esperança desde o pobre ao coronel
Tem gente boa pulando pra vender nosso café
Nosso presidente pula pra deixar o Brasil de pé
Músicas do álbum Pagode Na Praça (CHANTECLER ALVORADA CALP 8047) - (1967)
Nome | Compositor | Ritmo |
---|---|---|
Cabelo Preto | Tião Carreiro / NÃzio | Arrasta-pé |
Florzinha Do Campo | Léo Canhoto | Valsa |
Migalhas De Amor | Léo Canhoto | Rancheira |
Rasqueadinho Do Adeus | Léo Canhoto | Rasqueado |
Pobre De Mim | Roberto Becker | Marcha |
Chave Do Apartamento | Carreirinho | Milonga |
Pagode Na Praça | Jorge Paulo / Moacyr Dos Santos | Pagode |
Canção Do Soldado | Carreirinho | Cururu |
Última Viagem | Carreirinho / Fernandes | Moda De Viola |
Domador | Carreirinho | Cururu |
Mar Vermelho | Carreirinho | Cururu |
Pula Pula | Lourival Dos Santos / Moacyr Dos Santos | Pagode |