Tião Carreiro E Pardinho - 78 RPM 1952 - (1952) - Tião Carreiro e Pardinho

Caboclo No Cassino
Pus o meu terninho branco de linho engomado
Meu sapato de verniz que eu comprei fiado
Dentro da algibeira pus algum trocado
E fui pro cassino diverti um bocado

Encontrei uma morena queimadinha pelo sol
Fui entrando com a conversa fui fazendo o meu farol
O meu pai é fazendeiro conhecido por major
Da conversa de malandro eu sabia ela de cor

Mandei vim bebida fina fui bancando o coronel
E pois a gaja pensava que eu Papai Noel
Tava com uma gaita grossa tinha dinheiro a granel
A carteira tava gorda mais era só de papel

Veio a conta para mim era uma bagatela
A despesa era três conto que eu fiz com a Gabriela
Sai doido do salão pois saltei pela janela
E cai em cima dum guarda que tava de sentinela

Por causa da Gabriela no xadrez passei calor
Isto serva de exemplo pra esses conquistador
Não tendo nem um tostão quer bancar o seu doutor
Caboclo tendo dinheiro pra ele não falta amor

Valentão
Conheci o Zé Mariano um homem sem coração
Na alta sorocabana foi o rei dos valentão
Com mais de cinqüenta morte é o terror do sertão
Nas festas que ele chegava matava sem compaixão

Certo dia numa venda vejam só o que foi fazer
Tirou seu punhal da cinta não deixou ninguém correr
Pegou um garrafão de pinga obrigou o pessoal beber
No meio tinha um menino que não quis obedecer

Mariano avançou furioso menino da onde veio
Moleque tu vai beber um copo grande e bem cheio
Aquele que se doer pode falar sem receio
Homem  de barba na costumo cortar de reio

Menino afastou e disse os homem eu sei respeitar
Sou sozinho nesse mundo  nada tenho pra deixar
Mariano soltou um berro balançou o reio no ar
Já na primeira guascada uma bala foi encontrar

Mariano deu quatro volta caiu no chão e falou
To perdido rapazeada o menino me matou
O fim dos valentes é triste é sinal que Deus marcou
De pagar na mãos dos fracos os crimes que praticou

Morena De Goiás
Moreninha tão faceira lá das bandas de Goiás 
A tua feição trigueira eu não me esqueço jamais
Pra ver onde em que me queira eu juro que sou capaz
De atravessar a fronteira e talvez não volte mais

Esses teus olhos menina do pensamento não sai
É uma lança ferina que mata qualquer rapaz
Atravesso verdes campinas sem deixas rasto pra trás
Eu vou ver quem me fascina moreninha de Goiás

Meu viver é uma penura voz conta de mim não faz
Coração de pedra dura tenha pena dos meus ais 
Sai a sua procura sozinho n]ao vivo em paz
Andando nessa lonjura pra ver a flor de Goiás

Olhando o céu a noitinha eu notei certos sinais
Vi correr as estrelinhas deixando raio pra trás
Lembrei da goianinha meu coração se desfaz
Mas se ela não for minha adeus sertão de Goiás

Última Pescaria
Quando eu pego na viola recordo de um companheiro
Desde o tempo da escola queria ser violeiro
Foi crescendo e ficou forte caboclo bom brasileiro

Quando foi num certo dia na casa de sua amada
Uns amigo convidou pra faze uma pescada
Nós descemos rio abaixo ali sempre tem "pintada"

Eu soltei nossa canoa a vontade da maré
Começamos atravessar onde tinha jacaré
E nós ia conversando uns assunto de mulher

De repente um redemoinho fez a canoa virá
Por desgraça meu amigo nunca aprendeu a nadar
Mergulhei fiz o que pude mais não consegui salvar

Da beirada do barranco numa aflição tamanha
Eu olhava aquelas águas que fazia até montanha
Eu sonhei que o meu amigo foi comido por piranha 

Músicas do álbum Tião Carreiro E Pardinho - 78 RPM 1952 - (1952)

Nome Compositor Ritmo
Caboclo No Cassino Teddy Vieira / Tião Carreiro Xote
Valentão Teddy Vieira / Tião Carreiro Moda De Viola
Morena De Goiás Teddy Vieira / Tião Carreiro Moda De Viola
Última Pescaria Teddy Vieira / Tião Carreiro Cururu
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