Tião Do Carro E Zé Matão (1992) (TRISOM 1031) - (1992) - Tião Do Carro e Zé Matão
Hora Sublime
Hora sublime que passei contigo trocando juras e palavras de amor
Hoje distante de tudo me pergunto para onde foiÂ
Aqueles momentos que foram tantos, tantos carinhos e compreensão
Procuro e não acho respostas para o meu coração
Horas sublimes, onde estarás momentos lindos por nós vividos
Ficou distante nem vi passar choro, pois tenho sofrido
Hora sublime que me retrata uma vida triste que eu enfrentei
Horas de tantas angústias tantas coisas que eu sonhei
Aqueles momentos que foram tantos, tantos carinhos e compreensão
Procuro e não acho respostas para o meu coração
Horas sublimes, onde estarás momentos lindos por nós vividos
Ficou distante nem vi passar choro, pois tenho sofrido
Fardo De Dor
Estes são meus desenganos que transformei em poesia
Lembrando um amor que um dia em minha vida passou
Deixando marcas profundas oh, meu Deus quanto amei
E muito triste fiquei quando este amor se acabou
Espero que ela regresse trazendo alegria pra mim
A vida tem sido ruim depois que ela se afastou
Meu coração é quem sabe a falta que ela me faz
Não há ninguém que desfaz a marca que ela deixou
Choro amor que perdi, jamais encontrei outro igual
Esta malvada saudade ainda tem sido meu mal
Levo uma vida cruel carrego um fardo de dor
Nada me faz esquecer o meu eterno amor
Vida Boa
Meu Deus mais que vida boa que estou levando, porque eu quero mais?
Na beira de uma lagoa que estou morando no sul de Minas Gerais
Um disco do Zé Carreiro uma cachaça da boa
Comendo feijão tropeiro e pescar lá na lagoa
Peixe eu trago de montão venho sentado na proa
À noite eu vou descansar nos braços de uma pessoa
Meu Deus mas que vida boa que estou levando, porque eu quero mais?
Na beira de uma lagoa que estou morando no sul de Minas Gerais
A igreja do padre Victor o meu santo padroeiro
Domingo assisto a missa, na fila sou o primeiro
Depois vou tomar meu trago no clube dos canoeiros
É lá que eu jogo truco com os velhos companheiros
Meu Deus mais que vida boa que estou levando, porque eu quero mais?
Na beira de uma lagoa que estou morando no sul de Minas Gerais
Fronha Branca
Saudade palavra fácil de pronunciar
Mas tão difÃcil de suportar quando se tem saudade de alguém
Saudade você machuca tanto por dentro
E não entende meu sentimento traga de volta meu querido bem
Não sei se ela ainda pode ser minha
Naquele tempo a gente não tinha condições para o matrimônio
Confesso nós nos amamos quando em criança
Passou depressa nossa infância como se fosse apenas um sonho
Saudade faça com ela o que faz comigo
Talvez um dia ainda consiga beijar a face do amor primeiro
Saudade traga pra mim quem eu amo tanto
Estou cansado de enxugar pranto na fronha branca do meu travesseiro
Rainha Das FêmeasÂ
Se seus lábios for puro veneno sei que morrerei
Nessa fonte desejo um dia me afogar
Se o seu corpo for um grande abismo nele eu cairei
Nesse infinito com olhos fechados vou me atirar
Sua boca é um favo de mel que as abelhas dos seus olhos fazem
A beleza em seu rosto se vê sei que tudo em você é bonito demais
Você é uma obra divina somente deus faz assim tão perfeita
Eu nunca vi outra igual a você quem olha em você não acha defeito
Você é a rainha das fêmeas não nasceu para um homem qualquer
Eu estou sendo o grande felizardo só por eu ter ganhado esse encanto de mulher
Os Três Poetas
Amanheci cantando lá em Mato Grosso fazendo moagem por onde andei
Lindos pantanais conheci de perto eu sinto saudade de onde passei
Visitei Coxim vi o pé de cedro aonde nasceu Zacarias Mourão
Plantou o pé de cedro, hoje é saudade desse grande poeta da nossa nação
Estive em Campo Grande aonde viveu nosso companheiro amigo de fé
Seus discos gravados fizeram sucesso era conhecido rei do chamamé
Mato Grosso chora sente sua falta até mesmo os pássaros nas matas gorjeiam
Em suas cantigas parece quem falam adeus companheiro adeus Zé Corrêa
Falei de Mato Grosso com todo respeito vou falar de Minas com muita saudade
De ouro poeta juntos pernoitamos com a fama e a costa do rancho da amizade
Com muita saudade vou falar agora de Coromandel quando estive lá
Terra que nasceu o grande poeta seu nome é história saudoso Goiá
Nas noites de lua escuto viola tocando bem alto bonitas canções
Suas melodias que foram gravadas serão sempre lembradas em nossos corações
Remédio Pra Alma
Você faz perguntas você me ofende depois se defende a sua maneira
Não espera resposta você vira as costas fica de mal comigo por qualquer besteira
Que ciúme bobo que desconfiança parece criança fazendo pirraça
Mas o que importa é que nos amamos na sala no quarto ainda brigamos
Mas chegando na cama tudo isso passa
Se eu te procuro você não enjeita sorrindo me aceita sem nenhum rancor
Na hora do santo remédio pra lama a gente se abraça e tudo se acalma
Assim esquecemos as brigas de amor
Retrato De Um Sonho
Meu carro não canta mais só ouço em pensamento
O gemido dos cocões que vem pela voz do vento
Fecho os olhos pra lembra os bois com seus passos lentos
Retrato em minha mente o arranque dos bois valentes por caminhos turbulentos
Meu carro ainda canta nas estradas da paixão
Seus cocões sempre gemendo nas curvas do coração
Trago na mente a paineira que deu sombra e proteção
Abrigo de sol e chuva pro carro de cabriúva perdido na solidão
A boiada leva o carro vai rodando lentamente
A boiada e o carro vai rodando em minha mente
Todinha Pra Mim
Você roubou o sorriso que eu tinha nos lábios
Deixando somente no peito a marca da dor
Meu rosto marcado de sombras e os desenganos
Que em mim foram praticados por um falso amor
Às vezes eu sinto vontade de beijar seu corpo
E dentro da minha loucura saio a procurar
Alguém para amar novamente nesta ânsia louca
Porém só consigo ainda mais essa dor aumentar
Não sei se te odeio ou te amo, nem sei se é paixão ou rancor
Sinto meu corpo esfriando da falta que faz seu calor
Só sei que a saudade é ruim nem sei se é começo ou fim
Sinto quanto me fascina eu quero a menina todinha pra mim
Cheiro De Terra
Vivendo aqui na cidade pior que é bem no centro
Um caboclo como eu vivendo nesse tormento
O corre-corre do povo parece que vem temporal
Mas isso é o dia todo uma loucura infernal
Não vejo a lua nascendo trazendo um clarão profundo
Sem vejo o sol se deitar lá no extremo do mundo
Não ouço o chuá da cascata que vem da encosta da serra
Eu ouço o barulho da chuva não sito o cheiro da terra
Não vejo flores bonitas espalhadas lá no campo
Não vejo dentro da noite o brilhar dos pirilampos
Não ouço mais serenata isso tudo me amola
Não posso sair no terreiro pra pontear a viola
Não ouço o cantar sublime do sabiá na galhada
Nem ouço o carro de boi gemendo pelas estradas
Velho carreiro chamando os bois de guia ele tranca
Eu vou morrer sufocado com esse nó na garganta
Pedro Chiquito
Ele nasceu na cidade dos poetas querida terra do interior paulista
Desde criança já cantava improvisado tornou-se logo um grande repentista
Ganhou destaque no folclore brasileiro sempre alegre, divertido e otimista
Elogiado no sertão e na cidade Pedro Chiquito era o nome do artista
Pedro Chiquito encarava desafio era seu gosto enfrentar parada dura
Improvisava cururu e cana-verde sempre de acordo com as normas da censura
Era estudioso apegado nas histórias muito devoto a sagrada escritura
Um sertanejo cheio de brasilidade emblema vivo do sertão e da cultura
Pedro Chiquito levava em suas andanças a própria arte que dentro dele nascia
Por toda parte ele era conhecido admirado por sua sabedoria
Pra muita gente ele foi um professor aos seus amigos ensinava o que sabia
Sua presença nas festas da região era motivo de prazer e alegria
Capivari sua terra de origem Piracicaba onde ele foi criado
Duas cidades que até hoje ainda choram o seu artista que foi tão considerado
Para os amigos que largou aqui na Terra discos e fitas que ele quis deixar gravado
Aquela voz que nos deu tanta alegria hoje é lembrança e saudade do passado
Em dezesseis de dezembro aconteceu a despedida do famoso cantador
Acompanhado da bandeira do Divino fui pro jazigo e pra sempre Deus levou
No campo santo houve preces comoventes aquele povo de emoção até chorou
O repentista que cantou pra nós na Terra hoje no céu canta pra Nosso Senhor
Guerra De Nervo
Sabemos que o nosso amor não é mar de rosas mas isso não é motivos pra separar
Nós temos um compromisso com nossos filhos são eles boa razão pra continuar
Brigando não resolvemos nossos problemas condenamos nossos filhos a separação
Então vamos dar um fim em nossos dilemas porque só vai nos trazer mais complicação
E quando você me ataca rebato com violência verbalmente lhe ofendo se pensar nas consequências
E quando eu lhe maltrato da vida você reclama sem poder se defender vai chorar em nossa cama
Porque temos que viver sempre em contenda envolvendo nossos filhos com esse acerbo
Tirando a tranquilidade de nossa gente estamos constantemente em guerras de nervos
Brigamos sem ter razão e sem ter motivos vivemos dentro de um clima muito infernal
Só sei que levando a vida que a gente leva continua nos fazendo bastante mal
E quando você me ataca rebato com violência verbalmente lhe ofendo se pensar nas consequências
E quando eu lhe maltrato da vida você reclama sem poder se defender vai chorar em nossa cama
Músicas do álbum Tião Do Carro E Zé Matão (1992) (TRISOM 1031) - (1992)
Nome | Compositor | Ritmo |
---|---|---|
Hora Sublime | Santo Pavanelli / Carlos Tabaio | Guarânia |
Fardo De Dor | G. Gomes / Luis Cigano | Balanço |
Vida Boa | Tenente Mariano / Zé Matão | Cururu |
Fronha Branca | João Pagode / Zé Matão | Guarânia |
Rainha Das Fêmeas | G. Gomes / Silviano Ramos | Toada Balanço |
Os Três Poetas | Roberto Consiglio / Santo Pavanelli | Guarânia |
Remédio Pra Alma | Luis Cigano / G. Gomes | Guarânia |
Retrato De Um Sonho | Santo Pavanelli / Silviano Ramos | Cateretê |
Todinha Pra Mim | Adão Klepa / Donizete / Zé Matão | Guarânia |
Cheiro De Terra | Santo Pavanelli / Zé Matão / Tião Do Carro | Rasqueado |
Pedro Chiquito | Nhô Chico / Apolônio | Cururu |
Guerra De Nervo | G. Gomes / Valtinho De Oliveira | Rasqueado |