No Ponteio Da Viola (CABOCLO-CONTINENTAL CLP 9173) - (1973) - Tonico e Tinoco
No Ponteio Da Viola
Salve, salve, o Brasil brasileiro
Salve, salve, nossa escola
Este hino cantamos primeiro
Acompanha o ponteio da viola
Se Deus fizesse um dia com sua sabedoria
Novo estilo na escolaÂ
Mostrando a simplicidade Lição de brasilidadeÂ
Pela boca da viola
Salve, salve, o Brasil brasileiro
Salve, salve, nossa escola
Este hino cantamos primeiro
Acompanha o ponteio da viola
O amor e a bondade, no sertão e na cidade
Os mestres são os primeiroÂ
Na lição da natureza Mostrando toda beleza
De um Brasil bem brasileiro
Salve, salve, o Brasil brasileiro
Salve, salve, nossa escola
Este hino cantamos primeiro
Acompanha o ponteio da viola
O sol na nova esperança no sorriso da criança
No calor da mocidade
O nosso Brasil gigante um governo que garanteÂ
Ao seu povo a liberdade
Salve, salve, o Brasil brasileiro
Salve, salve, nossa escola
Este hino cantamos primeiro
Acompanha o ponteio da viola
Salto De Piracicaba
Velho Rio Piracicaba tem encanto e tem beleza
Na cachoeira que desaba sua grande correnteza
É água que não se acaba, encanto da natureza
As águas que vem distante, passando o salto ela chora
Despedindo do Mirante diz adeus e vai-se embora
O salto Piracicaba,a beleza é natural
Meu rancho na beira d'água eu fico vendo o luar
Ouvindo a canção das águas fazendo chuá, chuá
As águas que vêm distante, passando o salto ela chora
Despedindo do Mirante diz adeus e vai-se embora
Pois o rio da nossa vida, correnteza são iguais
Chorando na despedida não pode voltar pra trás
Deixando um rio de saudade um adeus pra nunca mais
As águas que vêm distante, passando o salto ela chora
Despedindo do Mirante diz adeus e vai-se embora
Menina Rosa
É grande o nosso amor é feliz nossa uniãoÂ
É o perfume da flor é minha rosa em botão
Rosa menina, menina rosa a flor divina, menina rosaÂ
Rosa menina adoro você, menina rosa, meu bem-querer
Os erros não justifica dos filhos serem culpadoÂ
Um coração sacrifica vivendo os dois separados
Rosa menina, menina rosa a flor divina, menina rosaÂ
Rosa menina adoro você, menina rosa, meu bem-querer
O nosso amor é divino só Deus que sabe a verdade
Nossa união é o destino eterna felicidade
Rosa menina, menina rosa a flor divina, menina rosaÂ
Rosa menina adoro você, menina rosa, meu bem-querer
Recordação
Eu amo a noite solitária e triste
Sozinho eu canto na deserta rua
Uma saudade que comigo existe
Também chora triste a companheira lua
Esta viola que me trás saudade
Desde criança conhece meus ais
Triste verdade um coração que chora
De quem foi-se embora e não volta mais
Para esquecer meu triste passado
Só a teu lado esqueço a grande dor
Triste lembrança um coração ferido
E foi esquecido o meu grande amor
Minha viola chora quando eu canto
Neste recanto onde ninguém mora
O meu amor que foi pra cidade
Só deixou saudade que peito chora
Saudade De Boiadeiro
Num certo tempo pra cá minha saudade é demais
Negociei muitas boiada de diversas capitais
Nelore de Mato Grosso, indu-brasil de Goiás
Cruserate riograndense e gir de Minas Gerais
Lembro e tenho saudade do tempo que eu fui rapaz
Era pião de boiadeiro lidando com os animais
Essas viagens perigosas é prazer que satisfaz
Aquele tempo saudoso que pra mim não volta mais
Eu levava comitiva, cargueiro de cereais
Com mil e quinhentos bois deixando o rastro pra trais
O berrante repicava dando ponto de sinais
O grito da peãozada atravessando os arraiais
Lenço branco no pescoço, que a morena gostou mais
Quase sempre vermelhado, da poeira que o gado faz
O meu nome é conhecido basta só as iniciais
Boiadeiro apaixonado, coração que não desfaz
Vamos Pagodeá
Caju sai do cajueiro, taboa do taboá
Porteira de canjarana não segura marruá
Falar com quem não escuta não vale a pena gritar
Casa de pobre é favela, casa de rico é mansão,
Férias de rico é descanso, féria de pobre é prisão
Pobre morre vai pro céu, o rico pro caldeirão
O rico junta dinheiro, o pobre dificuldade
O rico conta vantagem, o pobre fala a verdade
O dinheiro compra tudo, não compra felicidade
Pau seco não dá embira, corda velha não dá nó
Solteiro tão reclamando, casado vive melhor
Quem dorme junto tem frio, que dirá quem dorme só
Boiadeiro Punho De Aço
Me criei em Mato Grosso laçando boi e dando repassoÂ
Meu velho pai na lida de boi desde pequeno guiou os meu passoÂ
Meu fio o mundo é uma estrada cheia de atalho e muito embaraçoÂ
Mas se você for bom no cipó na vida nunca terá fracassoÂ
Com vinte anos eu parti foi na comitiva do seu InácioÂ
Senti um nó me apertar a garganta quando o meu pai me deu um abraçoÂ
Meu fio Deus lhe acompanhe são esses os votos que eu lhe façoÂ
E como prêmio do seu talento, lhe presenteio com este laçoÂ
Por este Brasil afora fiz como a nuvem vagando espaçoÂ
Varei sertão conhecendo terra sempre ganhando dinheiro ao maço
Meu cipó em três rodilhas Cobrindo a anca do meu PicassoÂ
E foi o que garantiu o nome de boiadeiro punho de aço
De volta da minha terra naquela noite grande mormaçoÂ
Encontrei uma boiada grande cortando o rio vinha passo a passo
Um grito de boiadeiro pediu socorro cortando espaçoÂ
Eu vi um peão que estava rodando saltei no rio com o meu picaço
A correnteza era forte tirei o cipó da chincha do machoÂ
E pelo escuro ainda consegui laçar o peão por um dos seus braços
Puxei na beira do rio o meu coração se fez em pedaçoÂ
Foi o milagre que Deus mandou salvei o meu pai com seu próprio laço
Decifrando
A mata virgem é sertão, água parada é lagoaÂ
Cana moÃda é bagaço, dente de ouro é coroaÂ
Ronco no céu é trovão, a chuva fina é garoa
Tudo o que é bom dura pouco, o que é demais logo enjoaÂ
Calor demais é mormaço, pé de boi é mocotóÂ
Quem canta de graça é galo, quem vai na onda é coióÂ
Amor ingrato é desprezo, desprezado vive sóÂ
Se fica perto padece, se vai pra longe é piorÂ
Casa caÃda é tapera, córrego grande é ribeirãoÂ
Trio no mato é picada, alto de morro é espigãoÂ
Chuva grossa é tempestade, festa na roça é funçãoÂ
Suspiro longo é saudade, soluço triste é paixãoÂ
Boi arisco é pantaneiro, cavalo chucro é pagãoÂ
O marrueiro é saudoso, nego velho é Pai João
Que vive triste e calado, lembra da ingratidãoÂ
A mãe preta que foi morta no tempo da escravidãoÂ
Tempo Escolar
Pelo colégio estudando cartilha do bê-a-bá,
E o tempo foi passando começamos a namorar
Um dia nós dois chorando tivemos que separar
Saudade, saudade, meu bem é um recado
Não deixe a saudade relembra o passado
Revejo na mocidade a nossa infância ficou
Nós dois tem a mesma idade e sofrendo a mesma dor
Quanto mais dói a saudade mais aumenta nosso amor
Saudade, saudade, meu bem é um recado
Não deixe a saudade relembra o passado
Hoje u sou rapaz formado cresci e você cresceu
Dois corações separados a esperança não perdeu
Nosso encontro está marcado, determinado por Deus
Saudade, saudade, meu bem é um recado
Não deixe a saudade relembra o passado
Sertão
Eu vivo no meu ranchinho bem perto da natureza
O cantar dos passarinhos disfarça minha tristeza
Vejo o sol à tardezinha vejo a mata escurecer
Como é linda a manhãzinha o sertão amanhecer
Da mata verde saia um cordão de sabiá
Cantando a sinfonia alegrando o matagal
Em multicor revoando pintando o sertão em festa
As borboletas estrelando o céu verde da floresta
Eu sou um caboclo pachola de um Brasil tradicional
A solidão me consola, saudade me faz cantar
O sertão é minha escola faço verso natural
São Jorge benzeu a viola na água benta do luar
Jesus Cristo é sertanejo o criador da grandeza
Fez a viola e o harpejo, o sertão e a beleza
Foi Deus que trouxe alegria pra combater a tristeza
Os versos e a poesia da boca da Natureza
Saudades De Araraquara
Eu parti de Araraquara com destino pra GoiásÂ
Quando eu vim da minha terra deixei mãe e deixei paiÂ
Eu passei campina verde atravessei Minas GeriasÂ
Os olhos que lá me viram de certo não me vê mais
Fiz a minha embarcação um adeus pra nunca maisÂ
Meu amor me procurava notÃcia pelos jornaisÂ
Eu padeço, ela padece, padecemos os dois iguaisÂ
Quem parte leva saudade pra quem fica é muito maisÂ
Eu olhei lá no horizonte avistei certos sinaisÂ
As estrela me guiando nesses campos de GoiásÂ
Moreninha ainda te quero cada vez querendo maisÂ
Os agrados de outro amor para mim não me satisfaz
O meu peito é um retiro onde meu suspiro vaiÂ
Meu coração é um cuitelo que do seu jardim não saiÂ
Que vive beijando a rosa onde o sereno caiÂ
Adeus minha rosa branca, adeus para nunca maisÂ
Recanto Do Passado
Eu voltei pra minha terra que deixei há muitos anos
Procurei felicidade só encontrei desengano
Meu sertão tava deserto, ninguém tava me esperando, ai...
Vejo a campina deserta, tapete do meu passado
O velho carro de boi há tempo já está parado
Reconheci a ossada do meu cavalo bragado, ai...
A nossa velha morada é só mato no terreiro
Porteira toda quebrada que batia o dia inteiro
Não tem mais cheiro de gado já desmancharam o mangueiro, ai...
Rancho de esteio quebrado, simboliza o esquecimento
O monjolo e a moenda tá jogada no relento
Casarão tá destelhado revejo com sentimento, ai...
Só a paineira me esperou contando a triste mudança
As folha toda secaram, os seus galho nem balança
Brincava na tua sombra, no meu tempo de criança, ai...
Músicas do álbum No Ponteio Da Viola (CABOCLO-CONTINENTAL CLP 9173) - (1973)
Nome | Compositor | Ritmo |
---|---|---|
No Ponteio Da Viola | Capitão Furtado / Manoel Marques | Cururu |
Salto De Piracicaba | Tonico / Tinoco / Toninho | Cururu |
Menina Rosa | Tonico / Tinoco / Garcia Neto | Rancheira |
Recordação | Tonico | Toada |
Saudade De Boiadeiro | Tonico / Tinoco / Diego Vieira | Cateretê |
Vamos Pagodeá | Tonico / Tinoco / Craveiro | Cururu |
Boiadeiro Punho De Aço | Teddy Vieira / Pereira | Moda De Viola |
Decifrando | José Fortuna / Tonico | Embolada |
Tempo Escolar | Tonico / Tinoco / LÃcio / Lina | Valsa |
Sertão | Tonico / Tinoco / Alberto Loureiro | Moda De Viola |
Saudades De Araraquara | Zé Carreiro | Cururu |
Recanto Do Passado | Tonico / Ariston De Oliveira | Rasqueado |