Tonico E Tinoco (1975) (CABOCLO-CONTINENTAL 103405183) - (1975) - Tonico e Tinoco
Vou Voltar Ao Mato Grosso
Se eu pudesse voar, eu ia voando agoraÂ
Para matar a saudade que eu sinto a toda horaÂ
Da minha gente querida hospitaleira e colossoÂ
Que mora no grande estado, o querido Mato Grosso
Mas como não posso estar com ele neste momentoÂ
Envio esta homenagem através do pensamentoÂ
Esquecer aquela gente, amigo, isso não penseÂ
Desejo paz e amor ao povo mato-grossense
Porém não demoro muito vou fazer minha vontadeÂ
Visitando Cuiabá e também outras cidadeÂ
Levando nossa homenagem, este choroso rasqueadoÂ
A todo mato-grossense aquele abraço apertado
Gaúcho Franco
Companheirada sou lá do rio GrandeÂ
Estou aqui somente de passagemÂ
Me dá licença vou encilhar o cavaloÂ
Já está na hora de seguir viagemÂ
Este meu traje de gaúcho guapoÂ
É o estilo que a moçada gostaÂ
Bombacha larga, bota sanfonadaÂ
Chapéu bem grande jogado nas costasÂ
Um guaiaca cheia de dinheiroÂ
E no pescoço um lenço coloradoÂ
Um prateada pra comer churrascoÂ
Um trinta e oito pra ser respeitadoÂ
Protejo os fracos também as criançasÂ
Sei castigar um Ãndio atrevidoÂ
Muitos amores trago na lembrançaÂ
Sei desprezar um coração fingido
Não sou covarde nem sou violentoÂ
Eu sou guasca muito precavidoÂ
Confio em tudo, mas desconfiandoÂ
Gaúcho franco é meu apelido
Motorista Do Progresso
Quem viaja o Brasil de ponta a pontaÂ
Nem nos dedos a gente conta os caminhões de transporteÂ
Como é bonito ver um caminhão roncandoÂ
Um brasileiro guiando vai do sul e vem do norteÂ
Vai rodando escoando a produçãoÂ
É o progresso da nação aumenta de hora em horaÂ
Ronca o gigante deslizando sobre a pistaÂ
O valente motorista sofre calado e não choraÂ
Motorista brasileiro de coragemÂ
Lá vai ele de viagem pesando em sua amadaÂ
Vai cantando, vai gemendo, vai chorandoÂ
Saudades pra traz deixando na poeira da estrada
Peço aos outros que tem auto bonitãoÂ
Ao passar um caminhão acene muito gentilÂ
Note bem que no carro de transporteÂ
Vai um brasileiro forte do progresso do BrasilÂ
Se lá adiante ver um caminhão tombadoÂ
O motorista esmagado por debaixo do cargueiroÂ
Pinte um cruz com pinche da própria pistaÂ
Descansa ali um motorista do progresso brasileiroÂ
Reze a Deus que proteja o bom choferÂ
Quando ele for ou vier pro interior e pra cidadeÂ
Ele é humano nosso irmão é nossa genteÂ
Seu coração é valente, mas tem amor, tem saudadeÂ
Se adiante ver um caminhão tombado
Um motorista esmagado por debaixo do cargueiro
Pinte uma cruz com o piche lá da pista
Que descanse o motorista do progresso brasileiro
Seu motorista, sei que a tua vida é duraÂ
Mas a tua alma é pura igual a céu cor do anilÂ
Se não fosse a força desse teu braçoÂ
O progresso era um fracasso, oque seria do BrasilÂ
Rindo ou chorando e levando o Brasil pra frenteÂ
Este grande continente cada vez tem mais valorÂ
Leva contigo motorista brasileiroÂ
São Cristóvão padroeiro, teu zeloso guardadorÂ
Você Me Abandonou
Todo mundo fala, fala, do teu falso bem quererÂ
Quanto mais o povo fala, mais eu gosto de você
Nega, me abandonou por quê?Â
Nega, eu sei que eu vou morrer
Já vendi minha boiada eu já fui receber
Já mandei fazer a morada só falta meu bem querer
Nega, me abandonou por quê?Â
Nega, eu sei que eu vou morrer
Ai quem não quer ser amada é fácil reconhecer
Passa perto disfarçada, fazendo que não me vê
Nega, me abandonou por quê?Â
Nega, eu sei que eu vou morrer
Falsidade não esquece, teu desprezo é meu sofrerÂ
Tu ama quem não merece, despreza meu bem-querer
Nega, me abandonou por quê?Â
Nega, eu sei que eu vou morrer
Sorte Tirana
Eu resolvi um dia bem cedinho e arreei a potranca ruanaÂ
Botei a roupa na mala de viagem e disse adeus ao pago de SantanaÂ
Mas de cruzada cheguei um instante foi na estância da linda serrana
Eu vou partir, querida, não chore pois minha sorte ter sido tirana
Dei um adeus e deixei o Rio Grande atropesito pela parte plana
Cruzei o Estado Santa Catarina, parei no sitio de José VianaÂ
Encontrei uma linda moça e o namoro durou uma semanaÂ
Eu perguntei de onde ela era disse gaúcho, sou curitibana
Me despedi daquela linda moça e parti para SorocabanaÂ
Enfrentando os trabalhos da vida porque a vida quase sempre enganaÂ
Deixei São Paulo e foi pra Goiás, gostei demais da capital goianaÂ
Sem poder esquecer o amor da gauchinha, minha conterrânea
Foi pro interior capatazear uma estância sou bem feliz, moro numa choupanaÂ
Na economia já sou meio sócio já vejo a sorte que pra mim abanaÂ
Já destinei, quando melhorar mais, vou ao Rio Grande buscar minha Ana
Pra completar a felicidade falta você, gauchinha serrana
Pé Da Letra
Viajei de madrugada na minha besta Bainha
Fui numa festa do peão na Fazenda LagoinhaÂ
Pertinho de Porto Alegre eu cheguei Iá de tardinhaÂ
Fazendeiro Zé Valente famÃlia de gente minha
Solteii a mula no pasto depois de dar um repasso
Dei uma volta na sala sorte meu peito de aço
Vi uma gaúcha trigueira fiz um verso no embaraço
Quando repiquei a viola ela caiu no meu braço
Eu falei em casamento me respondeu com frieza
Não me caso com violeiro eu tenho grande riqueza
Sou a rainha do gado sou rica por natureza
Só gostei da sua viola desculpe a minha franqueza
Respondi no pé da letra sou lá de Mina Gerais
Tenho garimpo e diamante, sou um grande industrial
Sou dono de muitas terra, crio boiada em Goiás
Eu compro sua fazenda e todos seus credenciais
O povo bateram palma é isso mesmo rapaz
Ela perguntou meu nome, eu só dei as iniciai
Ela me abraçou chorando, apresentando seu pai
O prazo do casamento, gaúcho é você quem faz
O Homem E O Cavalo
O homem que tem cavalo, tem um grande companheiro
Pois o homem corta a lenha, cavalo traz o cargueiro
Puxando na carpideira cavalo ajuda na roça
O homem que faz a carga cavalo puxa a carroça
Ai, ai, cavalo puxa a carroça
Montado em seu cavalo o boiadeiro que foiÂ
Jogando laço certeiro cavalo puxando o boiÂ
Na escola da fazenda das crianças da lavouraÂ
O cavalo na charrete vai levando a professoraÂ
Ai, ai, vai levando a professora
Caboclo que rouba a moça no seu cavalo ligeiroÂ
Ele ajuda seu patrão, despedida de solteiroÂ
Aluno que mora longe cavalo leva pra escolaÂ
Leva a gente no catira ai, na garupa a violaÂ
Ai, ai, na garupa a viola
O cavalo serve o homem qualquer hora, noite e diaÂ
Até nas Forças Armada temos a cavalaria.Â
Cavalo, amigo do homem da sua história que eu falo
Até o nosso São Jorge andava no seu cavaloÂ
Ai, ai, andava no seu cavalo
Moreninha
Meu coração é tristonho sofrendo tamanha dorÂ
Tudo passou como um sonho nosso tempo de amorÂ
Moreninha tu és bela és formosa igual a florÂ
Eu te adoro, te namoro moreninha meu amorÂ
Já não sou mais quem eu era de quando você me deixouÂ
Meu coração é tapera onde foi ninho de amorÂ
Moreninha tu és bela és formosa igual a florÂ
Eu te adoro, te namoro moreninha meu amorÂ
Nós vivendo separado a saudade não tem fimÂ
Lembro o tempo passado tú nem lembra de mim
Moreninha tu és bela és formosa igual a florÂ
Eu te adoro, te namoro moreninha meu amorÂ
Distante De Ti
Pensei tanto esta noite em nós dois no resumo meu pranto caiuÂ
Deveria deixar pra depois tanta dor que meu peito sentiuÂ
São os meus sentimento que crescem de amor e loucura por ti
O meu coração não esquece um momento distante de ti
Amanhã voltarei a teus braços nele quero dormir e sonharÂ
Corações baterão em compasso como é lindo contigo acordarÂ
Ver a réstia de sol na janela despertar o sono profundoÂ
Para o meu coração, minha bela, não tem outra mulher neste mundo
Aprendi a dizer que te quero quando longe de ti eu fiqueiÂ
Sofro tanto que me desespero meu amor, amanhã voltareiÂ
Para sempre contigo viver já pedi para Deus, meu SenhorÂ
Uma bênção possa descer sobre mim, sobre ti, meu amor
Boiadeiro Triste
De quebrada em quebrada, o boiadeiro vemÂ
Recordando a boiada, na poeira da estrada, saudade de alguém
O boiadeiro triste sofre como ninguémÂ
Um passado distante, no som do berrante chora também
E guarda por lembrança, ai, do tempo de peão
Companheiro saudoso, o pala de pouso, o laço e gibão
Porque hoje a boiada viaja de caminhão
E o triste carreiro, peão de boiadeiro, não tem profissão
O boiadeiro triste, o mundo é mesmo assim
A nossa vida passa é como fumaça, e tudo tem fim
Chora Moreninha, Chora
Chora morena, chora saudade do nosso amorÂ
Meu cavalo está arriado amanhã bem cedo eu vouÂ
Eu vou, eu vou, Amanhã bem cedo eu vouÂ
Não posso viver contente ausente do meu amorÂ
Â
Eu já fiz o meu ranchinho Todo enfeitado de florÂ
No retiro da saudade pra morar com meu amorÂ
Eu vou, eu vou, Amanhã bem cedo eu vouÂ
Não posso viver contente ausente do meu amorÂ
Meu bem mora na cidade eu moro aqui no interiorÂ
Quanto mais o tempo passa mais aumenta a minha dorÂ
Eu vou, eu vou, Amanhã bem cedo eu vouÂ
Não posso viver contente ausente do meu amorÂ
Adeus, Gaúcha
Adeus, gaúcha querida, eu disse quando partiÂ
Estava clareando o dia, dela eu me despediÂ
Toquei a espora no pingo e pela estrada saiÂ
À grama verde orvalhada, cantava uma juritiÂ
Chapeei meu chapéu preto, com a juriti fiz dueto
Adeus, terra onde nasci.
Adeus, adeus, adeus terra onde nasci
Adeus, adeus, chorando me despedi
Quando cruzei na divisa fiquei mais aborrecidoÂ
Senti que estava pisando num estado desconhecidoÂ
Olhei pra traz e acenei pra terra onde eu fui nascidoÂ
Meu cavalo relinchou, suspirei e dei um gemidoÂ
Sofrendo igual o seu dono por deixar no abandonoÂ
Nosso Rio Grande querido
Tive dó do meu cavalo que sofria sem razãoÂ
Tirei o arreio de cima e soltei meu alazãoÂ
Dei um tapa sobre a anca volte pro nosso rincãoÂ
Não tem culpa se o dono sofre a desilusãoÂ
AÃ eu segui para frente, chorando pranto dolenteÂ
Da triste separação
Agora conto por que deixei a terra querida
A gaúcha que eu amo já era comprometidaÂ
Pra não morrer não matar ela fez a despedidaÂ
Sei que também era amado ela chorou na partidaÂ
Ainda amo e não nego, faz três anos que eu carregoÂ
Esse desgosto na vida
Músicas do álbum Tonico E Tinoco (1975) (CABOCLO-CONTINENTAL 103405183) - (1975)
Nome | Compositor | Ritmo |
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Vou Voltar Ao Mato Grosso | Nhozinho / Ronaldo Adriano | Rasqueado |
Gaúcho Franco | Zé Júnior | Xote |
Motorista Do Progresso | Teixeirinha | Toada |
Você Me Abandonou | Tonico / Tinoco | Samba Caipira |
Sorte Tirana | Teixeirinha | Corrido |
Pé Da Letra | Tonico / Tinoco / Augusto Altran | Cateretê |
O Homem E O Cavalo | Bob Joe / João Gonçalves | Rojão |
Moreninha | Tonico | Valsa |
Distante De Ti | Teixeirinha | Valsa |
Boiadeiro Triste | Tonico / Tinoco | Toada |
Chora Moreninha, Chora | Tonico / Jaime Janero | Rojão |
Adeus, Gaúcha | Teixeirinha | Toada Milonga |