Consagração - Modas De Viola Classe A (Volume 2) (ALVORADA 210407103)

Aprenda a tocar viola, acesse Apostila de Viola Caipira Material de qualidade produzido por João Vilarim

A música Consagração com composição de Carreirinho, faz parte do álbum Modas De Viola Classe A (Volume 2) (ALVORADA 210407103), que foi lançado em 1975 por Tião Carreiro e Pardinho.

Letra da música Consagração

Recebi uma carta quando ela eu abri
Vi que veio de longe de Araguari
Um convite de festa que era pra nós ir
Eu e meu parceiro era pra seguir
Pra cantar um desafio e se prevenir
Que vinha um violeiro bem longe dali
Ligeiro nos versos que nem lambari

Nós saímos bem cedo pra aquelas campanhas
Cortando atalho por trás das montanhas
Lá já me disseram você não estranha
A notícia daqui que vocês dois apanham
Pois o tal desafio tinha fama tamanha
Os homens chegaram contando façanha
Diz que é mais de cem desafio que eles ganham

A fama de valente estava esparramada
De espora e bombachas e o peito embolado
Falando tão grosso tão entusiasmado
Chicote no braço e um trinta de lado
Me pediu que eu cantasse um verso dobrado
Bati a viola bem repicado
Saudei o festeiro e todos convidados

Pois tiraram a viola de um saco de meia
As mocinhas falaram que viola mais feia
Entraram berrando que nem uma sereia
Umas modas gritadas que doía na orelha
Pois pensou que com berro nós já desnorteia
Falaram burrada uma hora e meia
Cantava dançando igual porca na peia

Eles aproveitaram da nossa fraqueza
Entraram acalcando fazendo proeza
Ganhar o desafio eles tinham a certeza
Pisquei pro parceiro vai ser uma surpresa
Conversa e garganta não paga a despesa
Se eles nos versos não tiver destreza
Alegria dos homens acaba em tristeza

Eu chamei o festeiro dentro do salão
O senhor não repare da nossa expressão
Desafio numa festa é boa diversão
Mas eu não gostei destes dois folgazão
Eu notei que esses homens não tem instrução
Maltratar um colega sem haver razão
Eu preciso lhes dar uma boa lição

Esse violeiro alto eu comparo um morão
E esse magrelo uma mão de pilão
O que tem a voz forte eu comparo um trovão
O da voz mais fraca eu comparo um rojão
Que sobe um pouquinho com muita aflição
Vai soltando fogo fazendo explosão
No fim os dois vêm e arrebentam no chão

Esse foi um dos versos do mais inferior não
Não dei mais descanso pros dois cantadores
Não sou estudado não sou professor
Mas sei meu lugar e também dou valor
Não desprezo ninguém muito menos o senhor
Que veio de tão longe fazendo furor
Olhei no salão não vi mais os cantor

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