Alguns detalhes do pioneiro Cornélio Pires.

Alguns detalhes do pioneiro Cornélio Pires.

 Alguns detalhes do pioneiro Cornélio Pires.

Pretendendo efetuar um estudo e análise de nossa música sertaneja, gênero que tem sido aceito por uma grande parcela, não de somente oriundos de várias regiões do interior do nosso Brasil, mas também a medida que ase deixa influenciado por caracteres urbanos, tendo aumentado muito seus admiradores nos grandes centros, usando a música como suporte embora de variados ritmos. Procurando encontrar uma resposta mais detalhada, propus fazer um pequeno histórico, aprofundando mais para o início com amadorismo, embora hoje a mídia favorece o profissionalismo, a indústria cultural age segundo seus interesses básicos de consumo, não verificando em nenhum momento o aprimoramento cultural e educacional da grande população.

                Gostaria de reunir conhecedores e colecionadores no nosso folclore das origens sertanejas, irei detalhar de uma simples o que pude captar, e cada um irá analisar a cada fato, procurei encontrar com um grande amigo que muito ajudou para esta Obra Biográfica, o pesquisador Nivaldo Otovani, e sobre a origem da viola numa narrativa do saudoso Irineo de Almeida, quando da conferência realizada na Aldeia De Carapicuíba dia 3 de maio de 1980.

A origem da viola caipira, como descoberta do som, já que a música é de origem Universal.

A origem da viola caipira, como descoberta do som, já que a música é de origem Universal.

A descoberta do som melódico, um s dizem ser captado do cantar dos pássaros, outros dizem de um certo monge ao pastorear suas ovelhas, ao passar por uma cerca de bambu notou coisas diferentes ao ouvir o zunido do vento sobre as taquaras cortadas reproduzia um som melódico, então levando para a sua igreja implantou, nascendo a partir deste instante a música que após aprimorada passou a contar com as sete notas musicais: do, ré, mi, fá, sol, lá e si, além destas informações existem diferentes, ficando um caso para analisar, passamos a falar da origem da viola.

A Turma de Cornélio Pires.

A Turma de Cornélio Pires

                A criação da viola introduzida na música caipira, dizem, com a vinda das imigrações portuguesas e italianas no Brasil, foi onde criou-se a viola, onde a data não conseguimos precisar com certeza... um imigrante italiano com saudades da terra natal apegou-se a fazer um instrumento para acompanhar em suas cantarolas. De uma casca de tatu, fez-se o bojo, neste bojo colocou um braço de madeira com trastes de bambu, com cravelha de madeira, igual a um violino, e as cordas feitas de tripas de macaco após estarem secas. Este instrumento com 4 cordas passou a chamar-se MARCHETA, nome de origem italiana, que com o decorrer dos tempos, foi aperfeiçoando-se até que chegou na qualidade real.

                A viola por muito tempo fora usada nas Festas de Reis, Danças de São Gonçalo, Congadas, para o Catira e as Modas de Viola. Foi Raul Torres quem introduziu o violão na música caipira.

                As verdadeiras modas caipiras, se perdem em sua origem em datas pregressas, porém, foram eternizadas a partir de 1929 quando surgiram as primeiras gravações graças ao trabalho e persistência de Cornélio Pires.

                O violeiro Oligário José Godói, nasceu, cresceu e viveu ao som de uma viola. Filho de Nhô Juca Sorocaba, herdou do pai o talento de dedilhar uma viola e também o nome, foi quando Cornélio Pires convidou-o a fazer parte para fazer parte de sua turma caipira, e tratou logo de batiza-lo de Sorocabinha, sendo este, um artista talentoso e criativo.

Mandi e Sorocabinha - década de 1930.

Mandi e Sorocabinha - década de 1930.

               Sorocabinha então acompanhou Cornélio Pires até São Paulo, isto no ano de 1924, onde fizeram a primeira exibição no Cine República, hoje extinto. Continuaram com seus shows, porém, não demorou muito Sorocabinha voltou a Piracicaba, cidade que tanto adoravam, vindo a reencontrar Cornélio Pires somente em 1929, quando o "Bandeirante” Cornélio Pires reorganizou sua turma caipira. Então mais uma vez, Sorocabinha retorna a capital paulista, onde com mais seis companheiros de viola se apresentaram no Cine Paulistano, por trinta dias, com a casa lotada e muitas vezes com a presença do ilustre Raul Torres, o rei da embolada, que aplaudia os companheiros.

                Neste mesmo ano de 1929, Cornélio Pires levou seus cantadores caipiras para a cidade do Rio de Janeiro, e pela primeira vez a musica caipira seria registrada em uma gravadora. Depois de gravarem seus ritmos, seguiram até a cidade litorânea de Santos, no estado de são Paulo, onde fizeram também suas apresentações.

Passeio do Caipira (Sorocabinha)


                Depois de algum tempo, Manoel Rodrigues Lourenço, diretor da escola de Violeiros, já conhecido pelo pseudônimo de Mandi, foi convidado a organizar a Turma Caipira Victor, uma resposta para a gravadora RCA Victor, ao sucesso alcançado pelo disco gravado por Cornélio Pires, através da gravadora Columbia. A partira daí então, Mandi e Sorocabinha passaram a cantar juntos, onde a dupla alcançou grande sucesso na década de 1930.

                Com músicas inteligentes e bem-humoradas como: Imposto do Selo, O Namoro do Velho, Caboclo Feliz, Desafio de Paulistas X Gaúchos. Mandi e Sorocabinha foram convidados a gravarem outros discos com Cornélio Pires. A dupla também participou do filme "Vamos Passear”, que Cornélio Pires realizou em 1932. No ano de 1936, Sorocabinha mudou-se para São Paulos, pretendendo dar mais conforto a família e a esposa Maria Benedita, com quem tivera treze filhos. Mandi permaneceu em Piracicaba e o sucesso da dupla ainda continuou por dois anos.

Pra Morde Cinco Mil Réis (Sorocabinha)

                Em 1951 Sorocabinha decidiu encerrar a sua carreira, mas o destino não permitiu que isso acontecesse, de maneira injusta, veio a última apresentação na cidade do Rio de Janeiro, convidado para representar o folclore paulista, que na época, era a capital do país. Surpreendeu-se ao ver na plateia o então presidente da república Getúlio Vargas, foi uma chave de ouro para encerrar sua carreira.
                O Começo das gravações , deu-se em 1925, Cornélio Pires, começando a reunir seu grupo para fazer eventos. A primeira gravação custou uma importância muito alta para cobrir a confecção de 5000 discos de 78 RPM, e as músicas gravadas foram: Jorginho do Sertão e Samba Paulista. O grupo inicialmente fora formado por: Sorocabinha, Sebastião Ortis, Zico Dias, Mariano, Arlindo Santana, Caçula, Cobrinha e Ferrinho, sob a batuta de Cornélio Pires. O sucesso foi alcançado graças a estes pioneiros de coração e determinação

 

Texto extraído da obra: Biografias Sertanejas – dos pesquisadores: Fusco Netto, Nivaldo Otovani e Nelson Gomes. Adaptado por mim, João Vilarim, para readaptação e readequação histórica ao site.


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Acesse meu material didático:

apostiladeviolacaipira.com.br

 



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